Retrospectiva 2025: o ano da complexidade, das oportunidades e dos desafios na fotografia
- Leo Saldanha
- 9 de dez.
- 13 min de leitura
Uma visão em duas camadas: a minha, humana, e uma com pesquisa profunda de IA em diferentes categorias.

Esse ano usei muito IA para me ajudar com um monte de coisas. Para alguém que já produzia bastante, foi praticamente um superpoder. Minha percepção dessa tecnologia, no fim, é justamente essa: ela potencializa aquilo que você tem de melhor, mas também apresenta encruzilhadas. Exemplo: se eu tenho tempo sobrando por conta da IA, devo produzir mais conteúdo? Ou melhorar em outras partes estratégicas?
Fim de ano e estou mais para perguntas do que respostas. Aliás, no uso da tecnologia, nos negócios e para tantas outras coisas, saber perguntar (assim como saber aprender nesta nova fase) se tornou crucial para a sobrevivência e evolução.
Neste ponto, você pode estar se perguntando: mas cadê a retrospectiva? Ora, essa parte inicial me pareceu perfeita para ilustrar o momento do mercado e para reforçar o título: complexidade, oportunidades e desafios.
Esse texto aqui é 100% humano e imperfeito. Com devaneios, sem aquela precisão fria e com final triunfante das ferramentas sintéticas. Essa retrô vai se combinar com outras que serão publicadas nos próximos dias. Já fiz uma mostrando os números do blog (audiência de qualidade crescente, etc.). Aliás, devo muito à IA, usada de forma crítica, por ter atingido esses resultados.
Agora, sobre 2025. São duas partes. Essa que você está lendo agora é a parte com minha visão pessoal, e a segunda parte abaixo é a pesquisa profunda da IA com os vencedores da atenção no último ano, organizada por categoria: equipamentos, personalidades, notícias. Claro, com alguma curadoria minha. Retrospectivas podem parecer chatas para alguns, mas eu prefiro olhar para elas como uma chance de mergulhar nos acertos e nos erros, de notar o que é tendência e o que impactou de fato. Perceba que usei perguntas e poucas considerações. Seguindo a linha do que fiz aqui: Fotografia Profissional em 2026: 15 Perguntas que Definem seu Futuro no Mercado
Boa leitura e boa revisitação do que foi bom e ruim em 2025.
O ano em que a IA se tornou de massa. Como será isso em 2026?
2024 foi um ano de avanços da IA na imagem, seja no realismo ou no vídeo, mas convenhamos: 2025 foi um salto inacreditável. Vimos essa tecnologia permitir fazer tantas coisas com uma foto real ou 100% gerada por IA…
Quem foram os grandes vencedores da IA na imagem?

Se fosse no primeiro semestre, a gente até poderia dizer que foi o ChatGPT com seu gerador de imagens, mas depois vimos o Flux, o Nano Banana e tantas outras ferramentas com recursos sofisticados que fica difícil escolher uma. Mas a minha escolhida foi, obviamente, a IA do Google. Por sinal, as IAs do Google. A gigante ultrapassou em imagens estáticas com o Nano Banana e ainda lançou a versão Pro recentemente. Teve o Veo (já na versão 3.1) e os inúmeros recursos do ecossistema Gemini que impressionam. Sem falar que a IA do Google está mais poderosa em respostas e no que ela permite fazer em estratégia, imagens, edição, conteúdos e afins. E pensar que um criador, uma empresa e um fotógrafo têm tudo isso à disposição.
O que vem por aí em 2026 neste cenário?
Não faço a menor ideia, mas fiz projeções usando diversas IAs nos últimos dias (incluindo algumas chinesas muito boas), e o cenário me parece ainda mais complexo para a fotografia profissional. Algo que abordo nesta nova série.
Isso quer dizer que estou pessimista? Não, mas estou de olho e com os pés no chão. Hoje mesmo vi uma empreendedora do Norte do Brasil fazendo divulgação dos serviços dela no Threads. Ela oferece prompts para o Nano Banana para sessões de família, Natal, formatura e foto escolar… além dos retratos profissionais.
Um fato sobre 2025: o surgimento dessa profissão de criador de ensaios de IA para consumidores finais. Não são fotógrafos (quase sempre) que estão oferecendo isso. Tem gente cobrando bem barato e outros cobrando mais. É só mais uma camada de atuação no já competitivo mercado da imagem.
Como ficou a indústria de câmeras e equipamentos em 2025? Mas antes de responder isso, tirando as próprias marcas fabricantes e agentes envolvidos neste mercado, quem de fato se importa com isso? Sinceramente, isso não é algo que interessa aos fotógrafos. Claro, se a sua marca preferida, na qual você investiu uma fortuna, deixar de existir… isso pode gerar apreensão. Mas, no fim do dia, sempre existem alternativas. A história mostrou até agora que marcas moribundas conseguem se recuperar e até voltar triunfantes.
A grande vencedora de 2025?

Leica, com sua presença marcante em diferentes categorias. De câmeras com filmes a modelos de ponta 100% P&B, até smartphones próprios e parcerias com fabricantes mobile (Xiaomi). A Leica teve o melhor resultado financeiro em um século. Em uma época em que a competição entre as grifes fotográficas segue feroz, mas muito mais nichada.
Quem mais venceu?
As marcas chinesas de lentes com opções variadas e acessíveis, e fabricantes como Sigma e Tamron também foram bem. Parece que o encarecimento dos equipamentos desde a pandemia explica muito deste momento de 2025.
O que nos leva a outro vencedor (por anos consecutivos): a indústria de usados. Isso é um fato desde 2020. Os usados seguem hiper-aquecidos aqui e lá fora. E não é que eles estão com preços baratos também. Não tenho a resposta exata, mas me parece muito mais uma decisão de pagar “um pouco menos” e não o valor cheio por uma câmera ou lente que já vai me atender.

E os smartphones?
Bem, vimos um avanço curioso dos kits fotográficos. Com jogos de lentes e apetrechos que transformam um dispositivo de bolso em câmera trambolhenta. Bem nichado e de olho em fotógrafos que, de repente, querem fazer essa conversão. E vimos isso de algumas das principais marcas do mercado, como Xiaomi, Oppo, Vivo e outras. A consolidação das parcerias entre grifes como Hassel, Zeiss e Leica com as marcas de smartphone só evoluiu nesse sentido também.

O ponto que mais chama a atenção? A IA avançou mais nos smartphones do que nas câmeras profissionais. Vimos desde 2024 a evolução das IAs nativas com geradores de imagens direto nos aparelhos. Com o Nano Banana dentro do modelo e por aí vai. Até a Caira, que promete juntar mirrorless, smartphone e IA no mesmo aparelho.
Você faz vídeo também?
É uma pergunta que muitos fotógrafos já vinham ouvindo antes mesmo de 2025. Só que isso foi ficando mais definitivo e mostrando claramente para quem atua em diferentes nichos que ter vídeo era questão de sobrevivência. O vídeo não é promessa, mas realidade de um mercado que ficou mais híbrido. Aqui, de novo, entra o ponto da complexidade, oportunidade e desafio. Complexo é operar foto e vídeo no mesmo trabalho (tem a edição extra, tem os custos) mas, ao mesmo tempo, tem os ganhos a mais e a chance de sair do oceano vermelho da briga de preços da fotografia profissional.

IA no vídeo
Sim, se teve uma coisa que avançou muito em 2025 foi essa parte, mais até do que imagens estáticas. Runway e Kling estão cada vez melhores. Essa última, especialmente, entregando efeitos que já ajudam em diferentes frentes, da divulgação ao produto. Um exemplo: o fotógrafo de cavalos Ricardo Zaviasky usou o Kling para cavalgar na Avenida Paulista. Algo que o posicionou como pioneiro, inovador e movimentou a rede de clientes e contatos dele nas redes.
Essa parte do vídeo com IA se sofisticou na edição, nos geradores, e me parece que em 2026 o salto será ainda maior. A própria Adobe parece não dar conta do ritmo dos concorrentes.
O negócio da fotografia ficou como?
Quem já está no mercado há algum tempo sentiu?
Nem todos, mas esse ano recebi contatos de profissionais reconhecidos perguntando: “O que está acontecendo?”. Não em um sentido alarmista, mas querendo entender o cenário do mercado em termos de consumo e afins.
2025 me pareceu um ano desigual. Muitos que faturaram já tinham construído uma ponte de valor nos últimos anos. E agora estão colhendo frutos.
Outros apostaram em modelos de negócio impactados por inúmeros fatores, como a competição ferrenha de preço. Some a isso um giro no mercado de entrantes e saíntes (mais de 40% dos negócios não sobrevivem na fotografia após 18 meses). Resumindo: alguns entram na fotografia achando que vai ser uma maravilha e tomam o choque do mercado real. Ou estão na fotografia com a cabeça de 2018. Enfim, os reflexos a gente vê na prática. E olha que nem falamos de IA (que depois de 3 anos está só começando e ainda vai mudar muito. Imagina daqui 3 anos).
Quem venceu de fato no mercado em 2025 na fotografia profissional?
Fotógrafos estabelecidos com marca forte, independente do nicho. Esses seguem bem, mas sempre acompanhando o que acontece e se adaptando dentro do possível. Vale para newborn, casamento, formatura, etc.
Quem foi o grande vencedor da fotografia profissional em 2025?
As plataformas de venda de foto e vídeo. Não tenho a menor dúvida disso. Trata-se de um mercado que atende 60 milhões de brasileiros praticantes de algum esporte. Muito maior do que casamento e newborn somados. E que deve crescer ainda mais nos próximos anos. Digo isso, aliás, com o orgulho de ter a Fotto como patrocinadora aqui do blog. A Fotto liderou em inovação e eu digo com tranquilidade: nenhuma outra marca desse setor fez tanto em termos de serviços e novidades para os profissionais da fotografia e vídeo esportivos. Foram dezenas de novos recursos, presença consistente em diferentes e importantes praças brasileiras e parcerias de alto nível.

Florian Schmetz/Unsplash
Como fica a qualidade da fotografia quando o aprendizado é de 30 segundos?
Essa é uma pergunta sincera. Vemos novos profissionais que acreditam que dá para aprender a fotografar e viver deste negócio assistindo tutorial rápido. Nada errado com buscar informação ágil, mas a profundidade é necessária. Gosto de emprestar a frase de Seth Godin: você não aprende a andar de bicicleta lendo um livro (ou assistindo TikTok). Fotografia é presença, treino, reciclagem, bagagem cultural e muita experiência. Claro que você pode e deve mergulhar em canais online como YouTube e afins. Mas cuidado com a superficialidade. Pensa comigo: se estamos vendo a IA avançar na entrega de imagens hiper-realistas… quem vai se destacar tem marca, entrega algo diferenciado, humano e com assinatura e, de preferência, com alguma experiência e visão. Como é que alguém vai conseguir isso em vídeo rápido no Reels?

Quem é o grande vencedor da educação na fotografia em 2025?
A internet segue absoluta com muita coisa boa e porcaria. A grande arena educacional (boa parte dela grátis) ocorre aqui (onde você lê esse post). Ela impacta congressos, escolas, professores (como eu). Não chegamos a um modelo ideal, na minha visão, que consiga atender à educação da melhor forma possível neste ambiente e, por conta disso, vemos todas as distorções.

Outro vencedor de 2025 que vai estar ainda mais presente em 2026?
A era das comunidades começou muito antes deste ano. Mas é fato que vai avançar mais daqui para frente. E faz todo sentido. As redes sociais mudaram drasticamente, com resultados pífios. Logo, temos que apostar em terreno nosso na forma de grupos, e-mails e afins. Nesse sentido, foi a melhor coisa que fiz desde 2023 com a criação de Fotograf.IA + C.E.Foto, um grupo com dezenas de fotógrafos e fotógrafas dos mais variados nichos e níveis de experiências. Com nossos encontros quinzenais online, com os conteúdos especiais em profundidade. Tem sido uma vivência gratificante com foco em inteligência de mercado, negócios e inovação para quem vive da fotografia.

O que aconteceu com as redes e como aguentar essa mudança?
Instagram e as outras redes se tornaram tudo, menos sociais… Nem preciso dizer que o alcance caiu e tudo ficou estranho por ali. O que não quer dizer que as redes perderam importância. Na verdade, não estar nelas é como ficar invisível (embora tenha quem diga que hoje dá quase na mesma). Mas é o comportamento que mudou, e elas seguem valiosas. Abordei isso aqui: A Chave do Novo Ciclo das Redes (2026)

Quem foi o grande vencedor de 2025 nesse ambiente?
Nas minhas pesquisas, quem apareceu melhor (e nem rede social é) foi o YouTube. Ele tem características sociais e permite ter conteúdos longos ou rápidos, mas sem o desgaste do TikTok e Insta. Sem falar que é o segundo buscador do mundo. Embora, na minha visão, ele seja o vencedor, ao fotógrafo a melhor aposta talvez seja a presença em múltiplos canais que se conectam com seu público. E, ao mesmo tempo, criando uma comunidade em volta da sua marca usando WhatsApp, e-mail e afins.
Marketing e Branding: a fotografia como habilidade extra e o branding fotográfico como moeda forte.

2025 foi um ano desafiador para muitos. Quem apostou só em tráfego pago viu a conta pesar, sem necessariamente ter o resultado esperado. Quem decidiu ficar no orgânico viu um encolhimento em visibilidade. Teve gente que buscou algo mais concreto fora do mundo digital, investindo em ações presenciais com a fotografia, e colheu resultados interessantes. O fato é que marketing leva à ação, e branding faz sentir, para então a pessoa agir. Andam juntos.
Na minha visão, o branding fotográfico foi o grande vencedor de 2025. E é fácil entender como: se eu vejo uma foto sua, sei que é sua, e ela me diz algo… você venceu. Os melhores fotógrafos de um nicho e as referências reais do mercado têm isso. A era dos bons vendedores que são fotógrafos mais ou menos está com os dias contados (IA e a própria corrida pelo fundo do poço do preço baixo têm a ver com isso).
O que vem por aí em 2026?
Antes de passar a bola para as pesquisas frias de IA, quero deixar o que eu gostaria de ver ser destaque no próximo ano. E também o que sei que foi destaque em 2025:
Pouco importa o nicho: anos atrás, uma foto 10x15 custava centavos. Sumiram muitas lojas de fotografia, e hoje uma foto nesse formato pode custar uns 5 reais. Lição que fica: se todos do seu nicho sumirem, talvez você fique mais valioso. Faça o trabalho e seja excelente. Conseguir isso, aí sim é o desafio, obviamente.
Mas de fato espero que a foto no papel, além do 10x15, seja uma grande vitoriosa em 2026. Sabe que faz sentido. As pesquisas de tendências e impactos da IA no futuro da fotografia indicam que a foto real impressa e diferenciada será um dos produtos mais valiosos e que fará a diferença no faturamento. Quando todo mundo aposta em digital e IA, quem tiver algo assim se posiciona como grife, luxo (que pode ser acessível). Pense nisso.
O profissional híbrido. Que filma, fotografa… mas que no fim entrega uma história incrível e emocional. Um legado visual verdadeiro que agrade a quem importa: o cliente. Seja qual for o nicho.
Que você use a IA desde que ela possa te ajudar de verdade (e ela pode), mas sem tomar conta das suas decisões e sem deixar você burro ou preguiçoso.
Que você seja reconhecido pela sua fotografia pelos seus clientes e que com isso eles te indiquem para outros. Porque no fim, esse é o melhor marketing/branding que existe.
E que você venha comigo nas minhas iniciativas. Se você acredita em informação de valor, se quer que eu continue fazendo isso para que possa te ajudar mais, então fica o convite para entrar para a comunidade. Um lugar que preza as oportunidades sem esquecer do pé no chão. Um espaço de fotógrafos(as) pioneiros que valorizam inteligência e o poder transformador da fotografia. Comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto | IA, estratégia e futuro da fotografia com Leo Saldanha
Se quiser acompanhar a segunda parte com dados, exemplos e categorias organizadas pela IA com curadoria minha, é só continuar.
Mas antes, que 2026 traga mais consistência, menos ruído e mais valor para quem vive da fotografia.
RETROSPECTIVA 2025 – PARTE 2
O que realmente marcou o ano (sem hype, apenas fatos)
2025 foi um ano menos marcado por revoluções chocantes e mais pela consolidação de ferramentas. A fotografia não mudou da noite para o dia; ela apenas acelerou movimentos que já vinham de 2024: velocidade, hibridização e, acima de tudo, a busca desesperada por autenticidade humana.
Abaixo, o que de fato ficou no topo do ano.
1. Câmeras e Equipamentos: A renovação das "câmeras de trabalho"
Ao contrário de 2024, que foi o ano dos flagships caríssimos (como a A9 III), 2025 foi o ano em que a tecnologia desceu para as câmeras que pagam os boletos.

Sony A7 V (O destaque do fim do ano): Chegou para suceder a câmera mais popular do mundo. O grande trunfo não foi velocidade bruta, mas a inteligência. A Sony trouxe o chip de IA dedicado (antes só nas tops de linha) para a série A7. Para quem faz eventos, o autofoco "esqueceu" o que é errar.
Canon EOS R6 Mark III: A queridinha do mercado social. A Canon refinou a R6 II focando no que importava: sensor empilhado "lite" para leitura mais rápida (menos rolling shutter no vídeo) e foco ocular herdado da R3. Em 2025, foi a câmera que mais vimos nos pescoços de fotógrafos de casamento.
Nikon (A força do Firmware): A Nikon jogou diferente. Em vez de inundar o mercado com corpos novos, focou em atualizações massivas para a Z8, consolidando-a como a câmera mais versátil da década. A marca fidelizou usuários entregando "câmeras novas" via download, enquanto o mercado aguardava a renovação da linha de alta resolução.
2. Profissionais e Arte: Quem pautou a conversa em 2025
Em vez de focar apenas em prêmios (cujos resultados muitas vezes demoram a chegar ao grande público), o ano foi marcado por exposições e nomes que definiram a estética visual.

Zanele Muholi (África do Sul / Global): O ano começou sob o impacto de sua grande retrospectiva (que passou pelo IMS em SP em 2025). Muholi pautou a estética do retrato em preto e branco de alto contraste, influenciando uma geração inteira a olhar para identidade e gênero com mais crueza e menos filtros.
Rafael Pavarotti (Brasil / Mundo): O brasileiro continuou sendo a força dominante na moda global em 2025. Suas cores saturadas e direção de arte impecável foram a antítese da imagem "lavada" ou gerada por IA. Ele provou que a visão humana autoral ainda é insubstituível para grandes marcas de luxo.
Lalo de Almeida e a Documentação Climática: Com os eventos climáticos extremos se repetindo em 2025, o trabalho documental de longo prazo de fotógrafos como Lalo de Almeida (sobre a Amazônia e territórios) serviu de âncora de realidade. O fotojornalismo brasileiro foi, mais uma vez, referência de resistência.
3. Softwares e Edição: O ano em que a IA virou "infraestrutura"
Se o hardware evoluiu nos detalhes, o software deu saltos.

Lightroom e Photoshop: A "Remoção Generativa" deixou de ser brinquedo e virou ferramenta de produção. Em 2025, limpar um fundo complexo de um casamento levou segundos, não minutos.
Capture One: Focou pesado em tethering sem fio e ferramentas de tom de pele automatizadas, mantendo-se como o rei dos estúdios.
O fluxo "Cyborg": Ferramentas como Aftershoot (seleção) e Retouch4Me (tratamento de pele) não são mais "novidade", são padrão. Em 2025, entregar um trabalho sem passar por uma triagem de IA tornou-se economicamente inviável para grandes volumes.
4. Estética e Tendência Visual: A "Falha" como valor

Talvez o ponto mais interessante do ano. Quanto mais a IA entregava imagens perfeitas, plásticas e sem ruído, mais o mercado de ponta pedia o oposto. A estética de 2025 foi marcada por:
Flash direto (Hard Flash): Estourado, cru, real.
Grão visível: A textura voltou a ser sinal de "humanidade".
Composições imperfeitas: O erro virou charme. O público cansou da perfeição sintética. A fotografia que parece fotografia (com suas limitações óticas e físicas) voltou a valer mais.
