A estética da simplicidade: o novo branding da Sigma e a beleza que vai além da imagem
- Leo Saldanha
- 22 de abr.
- 3 min de leitura
Nova identidade visual da marca japonesa alia sofisticação e sustentabilidade. E como a fabricante encontrou inspiração até em um ícone do perfume: o Chanel Nº5

Este conteúdo faz parte do ecossistema de ideias da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto
A Sigma nunca foi apenas mais uma marca de câmeras. Fundada em 1961, a empresa japonesa sempre manteve um equilíbrio delicado entre engenharia de ponta e sensibilidade estética. Agora, em 2025, ela dá um passo além ao revelar um rebranding completo, com novas embalagens, identidade visual renovada e uma filosofia que une tradição e ousadia. Mais do que um exercício de design, trata-se de uma afirmação de princípios: a beleza pode (e deve) caminhar ao lado da funcionalidade.
E sim, até mesmo as caixas dizem muito.


Sustentabilidade com estilo
Quem abre uma nova caixa da Sigma hoje encontra mais do que equipamentos de precisão. Encontra intenção. O novo design das embalagens dispensa o excesso de plásticos e aposta em materiais recicláveis, tintas vegetais e um visual que impressiona pela simplicidade elegante. Os acessórios vêm em amarelo dourado, as lentes ganham caixas pretas, azuis, verdes ou beges. Tudo com tipografia discreta em alto-relevo e o novo logotipo da marca estampado no papelão, quase como um selo de cuidado artesanal.
É um gesto silencioso, mas poderoso: um lembrete de que a sustentabilidade não precisa abrir mão do encanto visual. A embalagem, que em muitas marcas é esquecida ou descartável, aqui se torna parte da experiência. Um convite ao ritual de desembrulhar, observar e, só então, fotografar.
A filosofia do “belo e tolo”
Mas nada disso faria sentido sem o contexto da nova câmera da marca, a Sigma BF, um modelo compacto, de linhas limpas e proposta radicalmente minimalista. O nome BF não vem de alguma sigla técnica. Vem de uma ideia poética: "beautiful foolishness" ou “tolice bela”, inspirada no clássico japonês O Livro do Chá.
Segundo Kazuto Yamaki, CEO da Sigma, a escolha do nome é quase uma provocação. Em um mundo dominado por smartphones, lançar uma câmera dedicada ao prazer de fotografar o cotidiano pode soar... tolo. Mas é nesse gesto, quase romântico, que reside sua beleza. “Talvez seja insensato gastar sete horas usinando um único bloco de alumínio para criar uma peça”, diz Yamaki. “Mas há beleza nisso. E é isso que a BF representa.”

Do ateliê de Chanel para a câmera japonesa
E o toque final dessa história vem da alta costura. Mais precisamente, de uma exposição de Gabrielle “Coco” Chanel em Tóquio que Yamaki visitou no início do projeto da BF. O que o marcou? Um frasco original do perfume Chanel Nº5, de 1921. Minimalista. Atemporal. Elegante. “Pensei que queria criar uma câmera com esse mesmo valor atemporal”, conta.
O resultado é uma câmera que não busca competir com os modelos mais tecnológicos do mercado, mas sim provocar uma sensação. De presença. De cuidado. De contemplação.


Made in Aizu, Japão...e com orgulho
Além do visual, o novo posicionamento da Sigma valoriza sua origem. Em tempos de globalização extrema, a empresa mantém toda sua produção no Japão, na região de Aizu, e faz disso um diferencial. Cada lente, cada corpo de câmera, cada acessório carrega essa assinatura de origem – algo cada vez mais raro e precioso.
E como parte de sua nova fase, a Sigma também lança o Art Project, uma iniciativa de apoio à arte e aos artistas, com colaborações de nomes como Sølve Sundsbø e Julia Hetta, reforçando sua conexão com o universo criativo.

Por dentro da nova embalagem Sigma
Cores com significado: Lentes vêm em caixas pretas, beges, azuis ou verdes. Acessórios, em amarelo-dourado. A câmera BF, em cinza-claro.
Toque sensorial: Tipografia em relevo e acabamento fosco.
Compromisso ambiental: Menos plásticos, tintas vegetais e reciclabilidade elevada.
Para guardar, não descartar: Uma embalagem feita para durar, e emocionar.
No fim, a nova Sigma nos lembra que o design é mais do que aparência. É filosofia aplicada. É olhar para o banal: uma caixa, uma câmera, uma fotografia do cotidiano. Para só então descobrir ali a tal beautiful foolishness. Aquela tolice bela que nos faz seguir criando. Mesmo quando ninguém mais está olhando.
Este artigo integra o ecossistema de ideias da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto, um espaço para quem vê na imagem não só técnica, mas também linguagem, emoção e impacto.
Se esse conteúdo interessou você, talvez seja hora de fazer parte do movimento.

Comentários