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O drama silencioso de Todd Hido: fotografias que transformam a paisagem suburbana em cinema

A nova edição de Intimate Distance revela como o fotógrafo americano construiu uma obra densa, melancólica e cinematográfica, feita de lembranças, luzes suaves e narrativas inacabadas

Todd Hido, #3737, 2005
Todd Hido, #3737, 2005

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Há artistas que falam alto. E há os que sussurram com intensidade. Todd Hido pertence ao segundo grupo. Suas imagens de casas isoladas, paisagens desertas, mulheres solitárias e janelas acesas no escuro criam uma atmosfera entre o sonho e o desconforto. Seu trabalho não grita. Ele assombra.


Todd Hido, #2690, Intimate Distance (Aperture, 2016)
Todd Hido, #2690, Intimate Distance (Aperture, 2016)

Todd é um dos meus fotógrafos preferidos (junto com Gregory Crewdson). Acho que é uma preferência minha pelo estranho e sombrio. É uma estética que me atrai.


Todd Hido, #11506-3940, 2016
Todd Hido, #11506-3940, 2016

Todd Hido, #1843, Intimate Distance (Aperture, 2016)
Todd Hido, #1843, Intimate Distance (Aperture, 2016)

A nova edição de Intimate Distance: Over Thirty Years of Photographs é uma oportunidade rara de acompanhar a trajetória desse olhar singular. Publicado pela Aperture em 2025, o livro organiza em sequência cronológica mais de três décadas de produção fotográfica, incluindo obras icônicas e imagens inéditas feitas em suas viagens por Islândia, Noruega e Japão.


Todd Hido, #7373, 2008
Todd Hido, #7373, 2008

Todd Hido, #6426, 2007
Todd Hido, #6426, 2007

Mais do que um catálogo, Intimate Distance funciona como uma jornada sensorial. Hido fotografa como documentarista, mas imprime como pintor. Suas imagens carregam o peso do tempo, da memória e da dúvida. O resultado é um trabalho que se move entre a observação e a ficção, entre o registro e a projeção. Em vez de histórias prontas, ele oferece cenas que pedem envolvimento... como se cada foto fosse o início de um filme que nunca começa.

Todd Hido, #1447-a, 1995
Todd Hido, #1447-a, 1995

Nascido em Kent, Ohio, em 1968, Todd Hido descobriu a fotografia enquanto registrava amigos em manobras de skate e BMX. Esse impulso inicial — o desejo de capturar momentos fugazes, evoluiu para algo mais profundo: uma busca por cenas que ecoam fragmentos de vida, sentimentos não ditos, atmosferas entre o real e o inventado.


Todd Hido, #11685-2448, 2017
Todd Hido, #11685-2448, 2017

A influência do cinema é explícita. David Lynch, Gregory Crewdson e Robert Altman estão presentes nas sombras, nas luzes artificiais, nas composições. Mas há também ecos da literatura e da música. O silêncio das imagens de Hido fala com o que há de mais íntimo no espectador, uma saudade sem nome, uma lembrança que não sabemos se é nossa.


Todd Hido, #12081-2383, 2021
Todd Hido, #12081-2383, 2021

O livro Intimate Distance nos convida a percorrer essas imagens como quem atravessa quartos escuros, ruas vazias e motéis com luzes frias. Cada fotografia é uma câmara de luz, como define o ensaio de David Campany incluído na obra. O fotógrafo se move entre essas câmaras (do quarto à janela do carro, da casa suburbana à paisagem congelada) como quem tenta entender o mundo com o próprio olhar. E nos convida a fazer o mesmo.


Entre os retratos femininos carregados de melancolia e as fachadas que brilham à noite, o trabalho de Hido se equilibra entre o passado e a possibilidade, o familiar e o estranho. Não há um roteiro. Há uma proposta de presença: estar ali, diante da imagem, preenchendo seus silêncios com nossas próprias emoções.


Todd Hido, #12084-4048, 2021
Todd Hido, #12084-4048, 2021

Como escreveu Katya Tylevich, os caminhos que Hido traça vão até onde terminam os fios de eletricidade e os vestígios humanos. Da superfície ao subconsciente, suas imagens exploram distâncias que não são apenas geográficas, mas também afetivas e psicológicas.


Todd Hido, #2133, 1998
Todd Hido, #2133, 1998

Todd Hido, #1941, 1996
Todd Hido, #1941, 1996

No fim, o que Intimate Distance nos oferece é menos um álbum do passado e mais um mapa de sensações. Um convite a permanecer nesse intervalo onde tudo pode acontecer... mesmo que nada aconteça de fato.


Para quem vive da imagem, é um lembrete valioso: às vezes, a maior potência está no que não se mostra completamente. E a fotografia, em mãos como as de Todd Hido, é a arte de sugerir com beleza e inquietude.


Leia mais sobre o livro no site da Aperture.



Por: Leo Saldanha - Criador da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto! O futuro da fotografia não vai esperar você!


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