A fotografia chegou ao fim ou se reinventa em quem a valoriza?
- Leo Saldanha
- há 1 dia
- 5 min de leitura
No Dia Mundial da Fotografia, refletimos sobre valor, transformação e futuro de uma arte que nunca parou no tempo.

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Este é o Episódio 7 da série “10 pontos mais relevantes da fotografia em 2025”, e chegamos a uma das perguntas mais necessárias: afinal, a fotografia está morrendo ou apenas se transformando?
Qual a sua reflexão para o Dia Mundial da Fotografia?
Nesta data marcante para quem ama e vive fotografia, as perguntas valem mais que as respostas? Você sabe que hoje é o Dia Mundial da Fotografia (não do fotógrafo)?
Começo com uma pergunta porque este texto é mais para refletir do que para responder.
O que mais ouço nos últimos anos (em algo que se acelerou nos últimos meses) é que a fotografia está morrendo ou que já morreu. É justamente por isso que já deixo uma pergunta: o que te move na fotografia?
Pode parecer uma questão boba, mas ela é muitas vezes subestimada, sobretudo em tempos de hipercompetição. Em um ano que batemos a incrível marca de 2 trilhões de imagens geradas por todos nós. Vale lembrar que uma década antes era metade disso. Aqui cabe outra pergunta:
Qual a diferença entre imagem e fotografia?
A resposta conta muito, já que o próprio Sebastião Salgado dizia que a fotografia como sempre conhecemos estava no limiar de desaparecer. Para ele, foto com smartphone não era foto, mas sim uma nova forma de comunicação. Daí, voltar para responder a pergunta anterior fica um pouco mais fácil. Só que é mais complexo do que parece.
Uma foto digital publicada na rede social, baseada em uma cena real e modificada levemente com IA, é o quê? Ou uma foto em que a pessoa é real, mas o cenário é IA? Uma imagem real que, usando VEO 3, ganha vida com inteligência artificial se tornou o quê?
No Dia Mundial da Fotografia vale pensarmos sobre tudo isso. Vale muito.

A fotografia está morrendo?
A Kodak virou notícia de novo porque estaria falindo (de novo). Uma marca com mais de 130 anos que se desmembrou em diferentes marcas e que hoje fatura mais com a venda de roupas com seu logo do que com a venda de filmes. Lembrando que a Polaroid faliu algumas vezes e retornou com força. Hoje é uma empresa saudável, o ponto de virada foi justamente quando a Polaroid olhou para sua essência: a fotografia instantânea e seu legado icônico.
Para você desanimado, para seu negócio decadente ou perdido, vale retomar a pergunta:
O que te move na fotografia? Ou seria melhor: o que te movia?
Olhar para a essência e buscar aquilo que nos trouxe até aqui parece ser um indicativo de algum caminho viável.
A Kodak pode até falir, mas o movimento cultural com a fotografia analógica movimenta o mundo todo, com novos labs, clubes e apaixonados pela fotografia com filme lançando novos produtos. Aliás, a maior fabricante de filmes nem é mais a Kodak. Se a empresa parar (espero que não), a fotografia como sempre existiu nos tempos áureos da Kodak vai continuar com tudo e talvez crescendo ainda mais.
A Fujifilm está bem por quê?Porque a empresa soube se reinventar diversificando, mas também mantendo uma essência que olhava para o legado ao mesmo tempo que mantinha a inovação. Uma espécie de ousadia analógica híbrida. Curioso.
Como posso inovar sendo clássico? Como posso crescer no tradicional sendo ousado?

O papel da IA
Quem me acompanha sabe que eu sempre falei de negócios, inovação e tecnologia na fotografia. O fato é que não deveria ser surpresa que as mudanças no mercado serão mais intensas e surpreendentes. Caso da própria IA...
A IA vai acabar com a fotografia?
A resposta mesmo nós vamos saber no futuro. Não sabemos exatamente quando e se... mas, a julgar pela velocidade das mudanças, se esse futuro for fato mesmo, é provável que saibamos logo. Mas confesso que não acredito nisso.
Sabe o que penso? Que, da mesma forma que o digital não matou de vez o analógico, será o mesmo para a IA conectada com a fotografia. Na verdade, eu sinto que sim: o colega que usar a IA é que vai substituir quem não usar. Mas isso é mais comercial do que artístico.

Max Bvp/Unsplash
O fim da fotografia depende de quê?
E o recomeço?
A resposta é igual para as duas últimas perguntas: você! No que acredita e como vai se posicionar frente ao que ocorreu e vai acontecer daqui para frente.
Se você acreditar que a fotografia morreu, então concorda comigo que você morre com ela?Da mesma forma, se você acreditar que pode se reinventar (entendendo que terá que estudar sempre, se adaptar e evoluir) a fotografia em você vai continuar.
E se acabar a fotografia para todo mundo?
Isso me faz pensar em algo que aconteceu com a foto impressa baratinha. Antes, uma 10x15 valia centavos até poucos anos atrás... aliás, na internet você ainda acha bem barato, mas você tem que comprar muita foto para pagar centavos por unidade.
Já na loja física, você vai pagar 5 reais ou mais por uma foto hoje. Por quê? Porque não tem mais tanta loja oferecendo, porque é mais escasso.
Então, se não sobrar nenhum fotógrafo, loja ou qualquer coisa assim... você pode reinar sozinho. E se a fotografia acabar para todo mundo? Melhor para mim, que posso continuar sozinho.

Como ser escasso?
Parece conversa de coach, mas me faz lembrar da estratégia do champanhe, que lá no passado, para competir com outras bebidas, teve que se conectar com momentos valiosos para crescer como mercado. Afinal, você não vai tomar champanhe toda hora, não é? “Vamos abrir uma champa?”
Será que a fotografia precisa ser mais valiosa do que estamos fazendo dela hoje?
Eu acredito que sim e espero que a gente consiga adicionar valor para todas as áreas da fotografia. Ela não morreu se você acreditar que pode fazer algo diferente. Entender que somos nós a última fronteira de um fim e da valorização que ela merece.
Seja impressa, digital, real ou sintética. Cada um cria a história que ela merece.
Então, no Dia Mundial da Fotografia...
A grande pergunta que fica é para você:
O que você vai fazer para valorizar a sua fotografia?
📌 Este foi o Episódio 7 da série “10 Questões Fundamentais para Quem Vive da Imagem”. Nos próximos capítulos, seguimos explorando os dilemas e oportunidades de quem vive da fotografia em 2025.
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