Quando a IA engana milhões: o vídeo do canguru no aeroporto e o alerta que ele traz
- Leo Saldanha
- 30 de mai.
- 3 min de leitura
A nova fronteira da desinformação chegou em vídeo e está cada vez mais difícil distinguir o real do imaginado

Este post é patrocinado por Fotto, líder em vendas de fotos com tecnologia inteligente, e por Alboom, referência em sites, automação e marketing para fotógrafos(as).
Imagine estar rolando o feed e se deparar com um canguru segurando um cartão de embarque, aparentemente pronto para voar. Parece brincadeira, mas esse vídeo viral gerado por inteligência artificial conseguiu enganar milhões de pessoas em redes como Instagram e X (antigo Twitter). O que era para ser apenas uma brincadeira visual rapidamente se transformou em mais um exemplo preocupante dos limites (ou da falta deles) na era das deepfakes.
Criado pelo artista de efeitos visuais Infinite Unreality, o clipe mostra um canguru realista, de pé na fila de embarque de um aeroporto, ao lado de uma mulher discutindo com funcionários da companhia aérea. Enquanto alguns usuários riam da cena, outros acreditaram genuinamente que o animal fazia parte da realidade. E é aí que mora o problema.
Vídeos que viralizam e desinformam
O vídeo ultrapassou a marca de 15 milhões de visualizações no Instagram e foi amplamente compartilhado em outras plataformas, como o X. Em muitas das republicações, nenhuma menção era feita ao fato de se tratar de uma peça fabricada com IA. Ao contrário, os textos reforçavam a ideia de que aquele era apenas mais um caso curioso de “emotional support animal” tentando embarcar em um voo.
Essa ausência de contexto é o que torna a situação tão delicada. Quando a ilustração com IA ultrapassa o limite do humor e entra no campo da manipulação emocional ou da desinformação, o impacto coletivo é real. Aliás, mesmo que o conteúdo não seja.
Quando a piada deixa de ser inocente
Apesar de alguns usuários atentos terem notado inconsistências (como os escritos sem sentido no bilhete do canguru), a maioria foi levada pela estética convincente do vídeo. A nova geração de ferramentas como Veo 3, anunciada recentemente pelo Google DeepMind, torna essa ilusão ainda mais forte. Estamos falando de vídeos em altíssima definição, com animações fluídas, que podem emular nuances humanas e animais com precisão perturbadora.
E a pergunta que fica é: se um canguru digital conseguiu enganar tanta gente, o que mais pode estar sendo produzido para manipular opiniões, reforçar crenças falsas ou distorcer a realidade?
Mas nem tudo é negativo: o outro lado da moeda
É importante reconhecer que essas mesmas ferramentas, quando bem utilizadas, podem ser aliadas poderosas para fotógrafos, videomakers e criadores de conteúdo. IAs como o Veo 3 abrem novas possibilidades para o marketing visual, criação de peças publicitárias, teasers, vídeos conceituais e até storytelling de marca com poucos recursos técnicos ou orçamentários.
Com criatividade e ética, é possível usar essas tecnologias para destacar portfólios, apresentar projetos de forma cinematográfica ou criar experiências visuais envolventes que antes exigiriam uma equipe inteira de produção.
Portanto, não se trata de rejeitar a IA em vídeo, mas sim de usá-la com consciência, clareza e responsabilidade. A diferença entre uma peça inspiradora e um conteúdo enganoso pode estar em apenas uma legenda, ou na honestidade de quem publica.
O que esse caso nos ensina
Checagem visual é mais necessária do que nunca – Não basta parecer real.
Contexto importa – Postagens virais muitas vezes omitem detalhes cruciais, como a origem do vídeo.
Media literacy é urgente – Saber interpretar e questionar o conteúdo digital deve ser parte da nossa formação cotidiana.
O humor pode desinformar – Mesmo que a intenção inicial seja apenas entreter, o efeito colateral pode ser desastroso.
Esse episódio do "canguru viajante" nos lembra de algo fundamental: a inteligência artificial não é boa ou ruim por si só. O que define seu impacto é o uso – e o discernimento de quem consome.
Para se aprofundar:
Reflita antes de compartilhar. Em tempos de IA hiperrealista, até um canguru com passagem pode ser só mais uma miragem digital.
Este conteúdo faz parte do ecossistema de ideias da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto
Entre para a comunidade Spotlink no Telegram: https://t.me/Spotlinknews
Ou Assine o Canal de Notícias no Instagram: Canal de Notícias no Instagram
