Midjourney entra no jogo dos vídeos: revolução ou reação tardia?

Nova ferramenta anima imagens com um clique, mas enfrenta concorrência feroz e controvérsias jurídicas

Midjourney Vídeo.

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O anúncio tão aguardado finalmente veio: o Midjourney, uma das plataformas mais influentes da geração de imagens com IA, acaba de lançar seu primeiro modelo de vídeo, o Image-to-Video, disponível para toda a comunidade. Com a promessa de transformar imagens em vídeos de forma simples, bela e acessível, o lançamento marca um novo passo na ambição da empresa de construir simulações de mundo aberto em tempo real. Mas será que chegou tarde demais?

Entre encantamento e realidade

A proposta é sedutora: qualquer imagem criada no Midjourney (ou até imagens externas) pode ser animada com um botão. O usuário pode escolher entre um modo automático, onde a IA “faz as coisas se moverem” por conta própria, ou um modo manual, onde se descreve o movimento desejado. Ainda é possível estender os vídeos por até 20 segundos, em blocos de 4 segundos. Tudo isso diretamente na interface web, com preços iniciais considerados acessíveis... cerca de 8x o custo de uma imagem, ou “um segundo de vídeo por imagem gerada”.

No papel, parece mágico. E talvez seja. Mas é impossível ignorar o cenário em que essa novidade aterrissa.

Resumo das Novidades – Vídeo no Midjourney (V1)

Recurso	Descrição
Nome da função	Image-to-Video
Disponibilidade	Liberado para toda a comunidade (somente via Web)
Como funciona	A partir de uma imagem gerada (ou externa), clique em “Animate” para transformar em vídeo
Modos de animação	- Automático (movimento gerado pela IA)  - Manual (usuário descreve os movimentos)
Opções de movimento	- High Motion: muito movimento (pode causar distorções)  - Low Motion: movimentos leves
Duração padrão dos vídeos	4 vídeos de 5 segundos cada (20 segundos no total por job)
Extensões	É possível estender o vídeo 4 vezes (4s extras por vez)
Upload externo	Permite animar imagens de fora do Midjourney, usando como start frame
Custo por vídeo	Aproximadamente 8x o custo de uma imagem (mesmo preço de um upscale por segundo de vídeo)
Modo relax (Pro+)	Será testado um modo relax para assinantes Pro e superiores
Objetivo futuro	Evoluir para simulações em tempo real com imagens, vídeos, 3D e interatividade

VEO 3 e Kling 2.1: concorrentes já estão em cena

Enquanto o Midjourney inicia sua jornada com vídeos curtos baseados em imagens estáticas, o VEO 3 da Google vem surpreendendo com resultados realistas de cenas complexas com narração e direção cinematográfica. Já o Kling 2.1, da Kuaishou, está se consolidando como um dos motores mais avançados em realismo, fluidez e contexto visual Especialmente para retratos e cenas humanas.

O Midjourney, por outro lado, ainda aposta em algo mais estilizado, com certa limitação de controle fino nos movimentos, ao menos nesta fase inicial. Isso levanta a pergunta: o Midjourney está inovando ou apenas correndo atrás do tempo perdido?

Uma nuvem paira sobre o céu criativo: o processo das gigantes do entretenimento

Outro ponto delicado é a recente ação judicial movida por Disney, Universal e Dreamworks contra o Midjourney, acusando a empresa de violação de direitos autorais ao treinar seus modelos com material protegido sem consentimento. O timing do lançamento do modelo de vídeo, embora técnico, acontece em meio à maior crise de imagem da empresa até aqui.

A expansão para vídeos, ainda mais em um contexto onde personagens animados e mundos fictícios ganham vida, só deve intensificar os debates sobre originalidade, uso ético e propriedade intelectual. A criatividade gerada por IA segue fascinando, mas também inquietando.

O futuro (ainda) é promissor, mas também incerto

Mesmo com esses questionamentos, o lançamento é um passo significativo. O Midjourney demonstra uma visão clara de futuro: imagens, vídeos, 3D e mundos abertos, todos conectados. Ainda que o primeiro modelo de vídeo seja limitado, ele aponta para algo maior.

Se a empresa conseguirá manter sua base de criadores empolgada enquanto enfrenta rivais tecnológicos e batalhas legais, só o tempo dirá. Por ora, o Midjourney anima (literalmente) uma nova fase da imaginação artificial.

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