Kodak, sob pressão: queda de 25% nas ações reacende debate sobre futuro da marca centenária
- Leo Saldanha

- 14 de ago.
- 4 min de leitura
Após repercussão negativa no mercado, empresa nega que vá fechar e explica plano para quitar dívidas

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A Kodak, ícone da fotografia e do cinema há mais de um século, vive novamente dias turbulentos. A divulgação do balanço do segundo trimestre de 2025 provocou um tombo de 25% nas ações e levantou dúvidas sobre sua capacidade de seguir operando. A empresa, porém, reagiu de forma enfática afirmando que não vai fechar as portas.
O gatilho: balanço e alerta contábil
No relatório financeiro divulgado em 11 de agosto, a Kodak reportou receita de US$ 263 milhões, queda de 1% em relação ao mesmo período de 2024. Ajustando o impacto cambial positivo de US$ 5 milhões, a retração efetiva foi de 3%. A empresa encerrou o trimestre com US$ 155 milhões em caixa, US$ 46 milhões a menos que no fim de 2024, afetada por investimentos, custos mais altos e menor lucratividade operacional.
O documento incluiu a chamada going concern disclosure, declaração exigida pela SEC (Securities and Exchange Commission) quando há “dúvida substancial” sobre a capacidade de uma companhia continuar em operação. O motivo central é que a Kodak tem cerca de US$ 500 milhões em dívidas que vencem nos próximos 12 meses.

O plano para reverter
Um porta-voz da empresa explicou que o alerta foi motivado por critérios contábeis, já que a principal solução para o pagamento, a reversão do fundo de pensão Kodak Retirement Income Plan (KRIP), estimada em US$ 300 milhões, não está totalmente sob controle da companhia e, portanto, não pode ser contabilizada como “provável” pelas regras de contabilidade. Caso a operação se concretize, a Kodak afirma que ficará praticamente livre de dívidas e com o balanço mais saudável em anos.
A direção declarou também que pretende quitar parte significativa do empréstimo antes do vencimento e buscar alternativas como extensão ou refinanciamento das obrigações restantes.

Repercussão no mercado e na mídia
A reação inicial foi negativa. As ações despencaram mais de 25% no pregão, com investidores interpretando o alerta como sinal de possível insolvência. Manchetes internacionais destacaram a possibilidade de a Kodak sair do mercado, ecoando o tom do documento enviado à SEC. De segunda passada até agora foram inúmeros portais de notícias globais repercutindo a notícia de "encerramento da Kodak" o que obviamente não ajuda a empresa. CNN, Fortune, Fast Company e portais brasileiros e de outras partes do mundo publicaram amplamente sobre o assunto.
Dois dias depois, a própria empresa tratou de responder. “A Kodak não tem planos de encerrar operações, sair do mercado ou pedir proteção contra falência”, afirmou em comunicado. A nota acusou parte da cobertura jornalística de interpretar de forma equivocada o caráter técnico da divulgação. O esclarecimento surtiu efeito e as ações recuperaram cerca de 18% no dia seguinte.

De gigante da fotografia a marca fragmentada
Fundada em 1888 por George Eastman, a Kodak revolucionou a fotografia com o slogan “Você aperta o botão, nós fazemos o resto”. Durante décadas, dominou o mercado. Nos anos 1970, respondia por 90% das vendas de filmes e 85% das câmeras nos EUA.
Foi a própria Kodak quem desenvolveu a primeira câmera digital em 1975, tecnologia que acabou corroendo seu negócio principal. Sem conseguir se adaptar à nova era, entrou em falência em 2012. Saiu do processo com foco em impressão comercial, químicos e licenciamento da marca.
Hoje, câmeras digitais Kodak são fabricadas por terceiros sob licença, impressoras são produzidas por uma empresa sul-coreana e a venda de filmes fotográficos está nas mãos da britânica Kodak Alaris. A Kodak mantém produção própria de filmes e químicos industriais, além de atuar em nichos como insumos para a indústria cinematográfica.

Hikmet/Unsplash
O desafio de um ícone no século XXI
O episódio atual reforça a delicada posição da marca. Embora ainda carregue enorme peso simbólico e presença em segmentos específicos, a Kodak atua em um mercado altamente competitivo e de margens estreitas. Sua sobrevivência depende de executar o plano de reestruturação financeira, estabilizar receitas e convencer investidores de que a empresa pode prosperar fora da sombra de seu passado fotográfico.
A história da Kodak serve como alerta e inspiração. De líder incontestável a caso clássico de disrupção tecnológica, a marca agora tenta provar que ainda há espaço para um renascimento. E só o tempo irá mostrar se vai conseguir tal façanha.
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