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Desmistificando a fotografia NFT - Parte II

Atualizado: 1 de nov. de 2022

Um mercado promissor mesmo em um momento de baixa dos NFTs. Entenda a dinâmica e alguns mitos já criados sobre a tecnologia e seu potencial para fotógrafos(as)







Desde que surgiu em 2017, os NFTs se transformaram radicalmente. inclusive, talvez esse seja o mercado mais ágil e dinâmico já visto para a arte e para a fotografia. Na sequência discorro sobre os mitos que notei e as oportunidades e desafios que surgem para esse momento do mercado.


Mas primeiro: O que são NFTs? São ativos digitais únicos. Ou seja, graças a tecnologia blockchain você tem garantia de posse, procedência e autenticidade. Na prática uma foto NFT é única e tem valor mesmo sendo digital.


Por que isso é importante para a fotografia? Nos últimos 20 anos vimos a desvalorização da fotografia justamente por conta do avanço do digital e da cultura do “grátis” da internet. Com os NFTs surgiu a oportunidade de criar arte de uma forma diferenciada e com foco em valor, utilidade em uma mistura equilibrada entre tecnologia, arte e marketing. Hoje marcas, artistas e organizações investem nos NFTs de olho na nova fase da internet. Empresas como Nike, Disney e Starbucks são só algumas das empresas envolvidas com essa tendência. Entre os artistas, nomes como Sebastião Salgado e Agência Magnum já estão participando com coleções de fotografias NFTs.







São inúmeros os mitos que surgiram pelo caminho e que pedem atenção. Vamos a eles:


NFTs não tem valor de fato. Coleções vendidas por milhões que hoje valem pouco, obras que parecem não ter sentido. E a ideia de que por ser algo digital não pode ser único. O fato é que a fotografia NFT mostra-se valiosa. Obras recentes como a de Sebastião Salgado e Gregory Crewdson ou Diana Sinclair indicam o contrário: que o valor para a fotografia existe sim e está crescendo.


NFTs são nocivos para o meio-ambiente. A tecnologia mudou em setembro e o impacto deixou de existir para a principal cripto/blockchain envolvida nesse mercado. Ethereum que é a principal rede que movimenta os NFTs teve uma redução de 99% de impacto ambiental. Outras blockchains como Flow, Solana e Tezos também são limpas.


NFTs são um esquema de pirâmide. NFTs na verdade são investimentos e no caso da arte e da fotografia servem para gerar um contrato inteligente e dar garantias tanto para o colecionador/comprador como para o artista. Compradores/colecionadores investem nos NFTs para obterem ganhos que podem sim ser rápidos, mas existem aqueles que colecionam e que valorizam a arte e querem ver os artistas crescerem (e seus investimentos nas obras como consequência subindo junto)





NFTs vão substituir as obras impressas. São mundos distintos que podem se conectar. Na prática, os colecionadores querem os ativos digitais únicos e cortesias impressas e versões sofisticadas que acompanham a obra de forma física são opcionais. De qualquer forma, vemos plataformas e artistas usando criatividade e conectando as duas coisas para gerar ofertas inusitadas. A verdade é que a junção NFT+foto física pode evoluir para novos formatos que nem imaginamos ainda.


NFTs dependem do metaverso. Na verdade poderia ser dito o contrário. Os ativos digitais únicos é que estão puxando o metaverso. Aliás, hoje o metaverso não é uma realidade, pois não existe “um metaverso” e “um protocolo” que interliga tudo. Contudo, os NFTs e a fotografia nesse ambiente estão ocorrendo e avançando de fato com fotógrafos e fotógrafas de renome e organizações criando fotografias e coleções NFT que acabam pedindo uma presença “virtual” em exposições e galerias no metaverso. Logo, os NFTs estão expandindo a nova fase da internet.


NFTs morreram. A bolha de 2021 ficou para trás, mas a fotografia aparece justamente como área mais lucrativa e com movimentações e projetos fascinantes com alto valor surgindo nesse exato momento. Depois do boom, agora temos uma acomodação, mas existem oportunidades para pioneiros, criativos, novos projetos e testes. NFTs estão ressurgindo como utilidade puxados por projetos de arte, de organizações e de marcas. Uma mistura nunca antes vista de arte+marketing+tecnologia.


NFTs são uma modinha. A tecnologia já existe faz 5 anos e na verdade se acelerou nos últimos 3 anos. Ela passou pelo estouro de uma bolha e agora se sofistica para se tornar funcional como entrega de vantagens, benefícios e colaborações. Algo que vale para marcas, artistas e organizações.





O desafio para os NFTs é que hoje existem várias camadas disponíveis. A internet é a camada maior e nela estão as redes sociais, os sites, os apps e o comportamento e presença geral das pessoas (e das pessoas que consomem fotografia). Essa é a camada dominante e extremamente popular que nos passa a ideia do gratis, do ruído intenso de informações e da falta de valor pela quantidade de opções disponíveis. Eu fico com a sensação de que os indícios de que o NFT está virando um padrão. Mais sobre isso aqui:


Vale lembrar, claro, que existe a camada menor (mas crescente) de uma internet descentralizada, colaborativa e de valor. Algo que surgiu nos últimos anos e que ganhou mais força desde o início da pandemia. Esta faixa é bem menor, mas ela tem algo que a internet “normal” não tem: valor. E é para lá que uma parcela de fotógrafos novatos ousados ou de legado com renome (ou não) estão testando e buscando expandir e pegar uma fatia dessa parcela de valor para a nova fase da fotografia.



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