Minha visão particular sobre o ano que passou com temas que notei terem influenciado diretamente o mundo da imagem no ano que passou. E que devem impactar ainda mais em 2023!
Vou, nas próximas semanas, mostrar aqui tendências e fatores marcantes para o mundo da imagem. Importante relatar que são conteúdos com minha opinião e não representam a "verdade do mercado". Mas espero que possam ser úteis de alguma forma.
Vou abordar questões de negócios, tecnologia, inovação, marketing e fotografia.
Para começar, vou abordar os 3 grandes temas que na minha visão impactaram muito em 2022:
A inteligência artificial - Para mim, em 2022 esse foi o grande acontecimento no mundo da imagem. Vimos plataformas como DALL-E, Midjourney e outras. E mais recentemente o LENSA. Veja, essa tendência já vinha com força nos últimos anos e vai se acelerar ainda mais em 2023. Essa é grande revolução tecnológica que vai impactar a forma como criamos, mas também como consumimos, aprendemos e nos relacionamos. A verdade é que a IA já impacta nossa rotina. Desde conversas com os assistentes como Alexa e afins, até quando usamos o Instagram.
Na fotografia profissional cria-se mais uma oportunidade e um desafio. Noto que artistas de ponta estão criando projetos colaborativos e usando a tecnologia para iniciativas inusitadas. Aliás, algo que se conecta com os NFTs e que também estão ganhando força. O fato é que na parte do desafio, a IA pode copiar estilos de fotógrafos e pode criar a partir da sua imagem ou de textos. Surge um desafio (mais um) já que podemos ter retratos incríveis sem precisar de um retratista, por outro lado temos a chance de vender experiências e "assinatura humana" como um diferencial daqui para frente.
Não se engane, pois a inteligência artificial avança nos smartphones, programas como Photoshop e até nas câmeras profissionais. O que faz a diferença sendo fotógrafo profissional? Faz diferença ter o dominínio da linguagem. Vi um fotógrafo que criou uma série comparando suas fotos verdadeiras com recriações com IA. Ele só conseguiu criar imagens tão boas quanto as dele sabe por quê? porque ele sabe "descrever como um profissional" já que o texto tem que ser técnico e com visão do artista. E isso uma pessoa comum não consegue fazer.
A inteligência artificial gera oportunidades de criação híbrida. O fotógrafo poderá criar para qualquer área usando o recurso da mesma forma que hoje usa o Photoshop. E muitos já estão fazendo isso.
O desafio envolve questões éticas. No caso do Lensa, o aplicativo russo bombou mas ele usa um banco de dados com fotos de fotógrafos e outros artistas para aprender e recriar e muitas vezes deixa a marca d´água de artistas nas suas recriações. Outra coisa, ele não considera as etnias direito e cria representações sensuais das mulheres (inclusive tirando a roupa delas) nas suas versões. A IA não tem esse senso para definir o que é correto ou não.
A velocidade da transformação com IA é mais assustadora do que com NFTs e outras áreas da tecnologia. E isso criará outra pressão para fotógrafos e artistas em geral. Na prática, isso quer dizer: ou você cria algo com sensibilidade, história e de forma ainda mais humana. Ou você não terá como competir com as máquinas.
Segundo impacto: A experiência e o futuro analógico.
Em 2022 li o livro de David Sax, o Futuro é Analógico. Calma, ele não fala que o filme fotográfico vai dominar (embora esteja crescendo esse movimento lá fora). O livro mostra como as pessoas, depois que a pandemia chegou, estão famintas por coisas reais, físicas. Não que elas não vão usar mais o digital e suas vertentes. A verdade é que o mundo está cada vez mais híbrido. E vai ficar ainda mais. Eventos especiais presenciais, experiências para pessoas seja na parte de negócios, vivências de personalização. Essas tendências físicas vão se mostrar mais marcantes com o ano 4º ano da pandemia (ela não acabou, lembra). Na prática, mesmo com inteligência artificial, coisas virtuais e dominância de apps e tudo online...vai se destacar quem souber se posicionar com experiências e personalização para se diferenciar de fato.
Na prática, na fotografia isso aparece da seguinte forma: um produto impresso com foto com itens de diferenciação que vão além do comum. Com apelo de design, etc. Em um mundo tão online, quem souber aproveitar isso nos álbuns, nos produtos personalizados com fotografia...terá um diferencial e tanto. Mas não quer dizer qualquer produto (como vemos na média). Aliás, é aí que está uma oportunidade gigantesca e trabalhosa. De inserir um elemento próprio do fotógrafo em dar um toque mais pessoal. Uma carta, um item particular especial que é valioso para o cliente.
Se as pessoas estão cansadas do digital (e muitas estão) então a venda da experiência é marcante. Um ensaio fotográfico divertido, um momento especial de um evento como aniversário, casamento e afins. A vida enfim. E ao fotógrafo cabe valorizar essas situações e contar essas histórias e valorizar "a vida". E que de fato a fotografia seja no produto ou serviço seja uma experiência única, e sobretudo uma ótima forma de relembrar acontecimentos. Então, sim, a experiência é um acontecimento super importante de 2022. E será ainda mais em 2023.
Mas lembre-se, uma experiência pode ser boa ou ruim. Em qual delas você vai focar? Um dado curioso, se você fizer algo memorável com produto ou serviço na fotografia...é bem provável que seus clientes divulguem você tanto no mundo real quanto no virtual.
E por fim, o terceiro ponto de impacto: a fotografia blockchain
Os NFTs explodiram em popularidade em 2021, em 2022 eles foram do Céu para o inferno. A crise mundial puxou as criptos para baixo e vimos valores derretendo neste ano. Mas para a fotografia foi um ano bom, muito bom. A Magnum lançou coleções NFTs, Sebastião Salgado lançou a maior coleção de um fotógrafo vivo e vem obtendo resultados consideráveis em venda (ajudando causas). Fotógrafos novos talentos e veteranos se destacaram com projetos. A fotografia aparece como uma das áreas mais lucrativas e os NFTs evoluíram para terem mais utilidade e colaboração.
Curiosamente, diversos fotógrafos e artistas usaram a inteligência artificial nesta nova forma de criar arte. E venderam experiências também. Aliás, duas fortes tendências na área envolvem justamente criar NFTs conectados com itens físicos e muitas iniciativas de NFTs avançaram para galerias e eventos físicos. Algo que aconteceu no Brasil, nos EUA, na Europa e na Ásia.
Os NFTs geraram impacto em 2022 na fotografia porque adicionam muito valor. Só nas moedas mais baratas atreladas a tecnologia já vale bem mais do nosso Real. Existem preconceitos contra a tecnologia como "NFTs são golpe" ou que fazem mal para o meio ambiente, ambos inverídicos. Ou você acha que Sebastião Salgado se envolveria com essa tecnologia? Um dos maiores fotógrafos do mundo...
Em 2023 veremos a fotografia blockchain avançar muito mais. Sobretudo porque mais fotógrafos vão aderir é porque Instagram e Twitter e outras grandes empresas vão popularizar mais essa nova fronteira. Em breve teremos camadas de fotógrafos separadas por duas tecnologias distintas: a fotografia digital cada vez mais surrada e desvalorizada e do outro lado a fotografia blockchain, autenticada e com valor conectada com a nova fase da internet web3.
Em tempo prepare-se para 2023 com os produtos da Escola de Negócios da Fotografia:
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