Quando a Inteligência Artificial é o júri: o primeiro concurso de fotos com julgamento 100% por IA
- Leo Saldanha
- há 2 dias
- 2 min de leitura
Um novo concurso fotográfico está sendo julgado inteiramente por IA e levanta questões urgentes sobre técnica, ética e futuro criativo. E um detalhe: competição não aceita imagens com IA

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A empresa alemã Excire lançou recentemente o People in Focus, um concurso internacional com uma peculiaridade intrigante: todas as fotos são julgadas exclusivamente por inteligência artificial. Em vez de um júri formado por fotógrafos ou curadores, é o próprio software da marca. A IA sendo usada para organizar e classificar bibliotecas de imagens e depois definir quais retratos merecem destaque. Aliás, logo que as fotos são publicadas já são julgadas pela IA e aparecem no ranking (imagem acima).
O modelo de IA classifica os envios em tempo real, atualizando instantaneamente o ranking das 20 melhores imagens. O sistema promete imparcialidade e consistência, evitando vieses humanos. No entanto, o experimento já revela limitações conhecidas: imagens excessivamente saturadas, com contraste pesado e retoques exagerados parecem ser “preferidas” pelo algoritmo. O que nos leva a refletir sobre os critérios que estão sendo valorizados.

Outro ponto curioso é que, embora o concurso proíba o uso de imagens geradas por IA, algumas fotos presentes no topo do ranking levantaram suspeitas. A organização afirma que os finalistas deverão enviar os arquivos originais não editados em até 24 horas, o que provavelmente exigirá análise humana. Ainda assim, o episódio deixa claro: estamos entrando numa era em que até mesmo concursos de fotografia podem se tornar híbridos. Ou até dominados por decisões automatizadas.
Mais do que um simples teste de tecnologia, esse concurso convida a comunidade fotográfica global a discutir uma pergunta essencial: quem decide o que é uma boa fotografia? Será que vamos aceitar critérios baseados em padrões matemáticos de cor, nitidez e contraste? Ou vamos insistir em preservar a dimensão subjetiva, emocional e narrativa do olhar humano?
O retrato como campo de batalha simbólico
Não por acaso, o tema do concurso são retratos reais de pessoas. Em um momento em que imagens sintéticas evoluem com velocidade e realismo surpreendentes, focar no humano (no rosto, no gesto, no olhar) parece ser um ato político. Um lembrete de que ainda há algo insubstituível na presença verdadeira. This photo contest celebrates portraits of real people. The kicker? It’s being judged entirely by AI | Digital Camera World
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