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Por que a IA falha ao criar fotos de família (e por que isso importa mais do que nunca para fotógrafos no Brasil)

A IA não é um botão mágico, mas também não é inofensiva

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Na última semana, a editora Amanda Smith, da CNET, tentou criar seu cartão de Natal com Midjourney. A ideia era simples: usar uma foto real e transformá-la em um cartão temático. O resultado virou piada nas redes. A IA criou um marido imaginário, filhos inexistentes e até colocou uma rena no lugar da esposa.


É engraçado num primeiro olhar. Mas, por trás da anedota, existe uma movimentação séria. Ela já atinge especialmente os fotógrafos que atuam na faixa mais sensível do mercado, onde preço e volume sempre foram os principais argumentos de venda.


A IA ainda erra muito. Ao mesmo tempo, resolve com o “bom o bastante” para muita gente. Isso começou a mexer na base da pirâmide de serviços fotográficos no Brasil. A história da CNET é um retrato curioso dessa transição. Para entendê-la sem pânico e sem otimismo cego, vale olhar o mecanismo por trás do problema.


Este texto inaugura uma nova série que vou publicar entre dezembro e janeiro sobre a fotografia na era da IA.

Nas últimas semanas fiz pesquisas profundas com IA (principais ferramentas) para entender, sem ilusões e sem pânico, o que realmente está mudando no mercado brasileiro e lá fora.

O episódio de hoje é o ponto de partida.


A partir desta história aparentemente simples, examinamos como a IA altera expectativas, comportamentos e a base de valor da fotografia.


Os próximos episódios aprofundarão temas como:

• os trabalhos que já estão sendo substituídos

• as áreas que estão crescendo

• os serviços híbridos que mais tendem a escalar

• como a IA muda a percepção de “foto boa” para o público

• como reposicionar um negócio fotográfico para 2025 e 2026


Este é o episódio zero.

A série continua nos próximos dias.



Por que o Midjourney cria famílias que não existem

O ponto central é que o Midjourney não é uma ferramenta de edição fotográfica. Ele não trabalha com fidelidade facial. O que ele faz é reinterpretar ideias presentes numa imagem, e não reproduzi-la. Achei até curioso ela usar essa IA quando poderia ter usado Nano Banana por exemplo, e se tivesse feito isso, teria tido resultados melhores.


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O modelo do Midjourney extrai humor, paleta e atmosfera, não identidade. Sem recursos como controle geométrico ou preservação de rosto, a ferramenta prioriza estética em vez de precisão. Quando o usuário pede um cartão natalino, o modelo entrega aquilo que reconhece como tema: uma família idealizada, uma casa de inverno, luzes, fantasia. A pessoa real se perde no processo.


Por isso Midjourney costuma falhar em tarefas que dependem de reconhecimento fiel. E é por isso, também, que outras ferramentas funcionam melhor quando a intenção é editar uma foto real, preservar um rosto ou ampliar uma cena.



O que isso revela para o fotógrafo no Brasil

A história da CNET mostra um limite da tecnologia, mas não mostra o impacto que já está acontecendo aqui. A mudança no comportamento do consumidor brasileiro é clara. E ela pressiona principalmente quem sempre trabalhou em segmentos mais sensíveis a preço.


O que observamos no dia a dia, nas mentorias, análises e conversas com profissionais, reforça três movimentos.


1. A IA já substitui parte da demanda de baixo valor

Cartões simples, montagens rápidas, convites, pequenos retoques, fundos básicos.

Grande parte disso o cliente já resolve sozinho, com um clique, sem exigir fidelidade absoluta. Para quem depende desse tipo de serviço, o impacto é imediato.



2. O fotógrafo “médio” sente a erosão

Perdem espaço aqueles que oferecem ensaios pouco dirigidos, produtos genéricos, fundos digitais prontos, entregas sem proposta estética clara. A IA entrega o “ok” com velocidade. E o cliente que procura preço baixo costuma aceitar o “ok”.



3. O fotógrafo de identidade cresce

Em contrapartida, cresce a valorização de quem oferece visão própria.

Direção, narrativa, presença, marca pessoal, estética consistente, experiência.


A IA não entrega pertencimento, não cria vínculo, não lê emoções, não conduz sessão, não enxerga nuances de luz e expressão. Esse espaço continua humano.


A diferença entre quem cresce e quem encolhe fica justamente na clareza do estilo e na capacidade de integrar ferramentas de IA ao trabalho real, sem perder identidade.



O problema não é a IA. É o uso. E é o posicionamento.

A maior parte do público usa a ferramenta errada para a tarefa errada.

Faz isso sem método, sem entender luz, sem entender o que significa preservar uma identidade visual. E busca um resultado rápido.


O fotógrafo profissional precisa caminhar na direção oposta.

  • Escolher o modelo certo.

  • Controlar luz e coerência.

  • Combinar captura real com IA de forma consciente.

  • Entregar narrativa e estética, não apenas imagem.


A disputa deixa de ser técnica. Passa a ser emocional, estética e estratégica.



O que realmente está em jogo

A IA não elimina a fotografia como linguagem.

Mas já reduz uma parte do mercado, especialmente:


• quem cobra muito barato

• quem entrega volume sem estilo

• quem depende de edição genérica

• quem não constrói marca pessoal

• quem tenta competir com IA no terreno da IA


Por outro lado, amplifica o valor de quem entende luz, direção, marca, experiência e sabe trazer a IA para reforçar o próprio trabalho, e não substituí-lo.


O caso da CNET não é só uma curiosidade tecnológica.

É um lembrete de que o mercado mudou.

E também um mapa para quem quer atravessar essa transição com mais clareza.


Para quem quer se preparar de verdade

Na comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto, a análise completa inclui:


• o que realmente está ameaçado pela IA no Brasil

• os cinco serviços híbridos que mais crescem

• como construir diferenciação real na era da IA

• como preservar identidade e narrativa usando IA

• como reposicionar seu negócio para 2025 e 2026


Se você quer atravessar essa mudança preparado, e não sozinho, o melhor caminho está aqui.


Conheça a comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto



 
 
 
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