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O que aconteceu com a Fotografia: A transformação silenciosa da IA (2022-2025) e a nova fase da Fotograf.IA 3.0

Foto do escritor: Leo SaldanhaLeo Saldanha

Como algoritmos redefiniram a arte de capturar (e reinventar) a realidade


Patrocínio deste site: Fotograf.IA + C.E.Foto



Em meio à era da Fotograf.IA 3.0, embora a inteligência artificial se espalhe pelas mãos de muitos fotógrafos, a forma como ela é empregada revela uma dualidade surpreendente: de um lado, há aqueles que mergulham de cabeça na inovação, explorando as infinitas possibilidades que a IA oferece, aprimorando continuamente seu ofício e permitindo que a tecnologia aprenda com sua criatividade; de outro, permanecem os usuários mais superficiais, que se limitam à aplicação de edições básicas, esquecendo que a IA é muito mais do que um mero acessório de pós-produção, mas sim uma poderosa ferramenta que permite expandir as possibilidades criativas, produtivas e de negócios.


Uma nota pessoal: Nos últimos meses, tenho observado uma tendência fascinante no mercado fotográfico: um crescimento exponencial na demanda por serviços que combinam inteligência artificial com fotografia tradicional. Consumidores de diversos segmentos - desde pais que desejam sessões newborn personalizadas até estudantes buscando registros de formatura únicos - estão cada vez mais interessados em soluções criativas com IA.

Recentemente, vivenciei dois casos emblemáticos que ilustram essa transformação. Uma profissional membro da Fotograf.IA recreou magistralmente uma sessão de formatura, mesclando a foto real do formando com elementos gerados por IA. Em outro episódio, uma empreendedora procurou criar uma sessão newborn utilizando selfies da bebê como referência.

Esses exemplos não são casos isolados, mas sintomas de uma revolução tecnológica em curso. A Fotograf.IA 3.0 representa mais do que uma nomenclatura - é um conceito que captura a essência da convergência entre criatividade humana e inteligência artificial. O ritmo de evolução é tão acelerado que não seria surpresa ver essa definição evoluir para 4.0 ainda em 2025.


Antes de ler (ou depois) confira esse vídeo:



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A Revolução Técnica (2022-2023) – Quando as ferramentas viraram parceiras


Redefinindo o Domínio Técnico - Em 2022, a IA deixou de ser apenas mais um recurso em apps e filtros para se infiltrar na essência da criação visual. Ferramentas como o Adobe Firefly e o Luminar Neo passaram a não só automatizar processos, mas a antecipar escolhas estéticas – uma evolução que, segundo estudos de mercado, fez com que aproximadamente 40% dos fotógrafos brasileiros já utilizassem algum recurso de IA no seu fluxo de trabalho.


Exemplo Impactante: Em 2023, um fotógrafo de paisagens, ao utilizar o “Sky Replacement AI” do Luminar Neo, conseguiu recriar o céu de uma imagem com base no humor transmitido pela foto – um procedimento que, anteriormente, demandava horas de ajustes no Photoshop. Essa automação abriu novas possibilidades, mas também trouxe à tona um debate: estaria a IA usurpando a “decisão fotográfica” dos profissionais?


Geração de imagens Sintéticas: O acaso algorítmico - Plataformas como MidJourney e DALL-E não só criaram imagens inéditas, mas também introduziram uma nova estética, marcada por distorções surrealistas e paletas imprevisíveis.


Reconstrução 3D: Quando fotos viraram universos - Tecnologias como o NeRF permitiram transformar fotos 2D em ambientes 3D imersivos. Museus, como o Louvre, já utilizaram essa tecnologia para recriar sítios arqueológicos destruídos, transformando a fotografia em uma porta de entrada para realidades alternativas. Essa inovação ampliou o campo de atuação dos fotógrafos, que passaram a explorar cenários virtuais interativos – uma tendência que cresce a cada dia.



Os Terremotos culturais (2023-2024) – Autenticidade, ética e os desafios legais

A crise da autenticidade e os novos paradigmas - A ascensão da IA não alterou apenas as técnicas de produção, mas também a forma como entendemos a autenticidade das imagens. Em 2024, o World Press Photo precisou criar selos de “Não-IA” após um escândalo envolvendo a reconstrução digital de um cenário de guerra por meio do Stable Diffusion. Surgiram, assim, termos como “foto-realidade” (imagens capturadas sem interferência de IA) e “synthography” (fotos completamente geradas digitalmente).


Mercado em convulsão: Democratização vs. saturação - Bancos de imagens passaram a comercializar fotos geradas por IA a preços irrisórios – em alguns casos, por apenas US$ 0,10 cada – o que abalou o mercado tradicional e forçou fotógrafos a repensarem seus nichos.

  • Sobrevivência no Mercado: Os que conseguiram se destacar foram aqueles que abraçaram movimentos como o Raw Humanity, valorizando retratos com imperfeições propositais e erros expositivos que revelam a subjetividade humana.


Aspectos éticos e legais: Um labirinto algorítmico - A expansão da IA também levantou questões sobre direitos autorais e responsabilidade pelas imagens. Quem detém os direitos de uma obra gerada por algoritmos? E como lidar com a reprodução de viés – estudos apontaram que IAs como o DALL-E tendem a representar CEOs majoritariamente como homens brancos, mesmo com prompts neutros?

  • Exemplo Controverso: A campanha da Balmain, em 2024, usou modelos digitais gerados por IA e desencadeou debates intensos sobre diversidade, consentimento e o impacto no desemprego em setores tradicionais da moda.


Parte 3: O Futuro híbrido (2025) – Para além do sensor e do pixel


Realidade aumentada: A fotografia que ganha vida - Em 2025, a fotografia passou a integrar um ecossistema onde o humano e a máquina negociam significados. Projetos inovadores, como os Living Portraits da National Portrait Gallery, transformam fotos históricas em experiências interativas – ao apontar o celular para a imagem de Frida Kahlo, por exemplo, o espectador ouve a “voz” da artista, gerada por IA, narrando sua história.


Movimentos artísticos pós-IA: A estética do não-humano - A convivência entre técnicas tradicionais e algoritmos deu origem a novos movimentos artísticos:

  • Neo-Pictorialismo Algorítmico: Artistas estão resgatando técnicas do século XIX (como o bromóleo) e as reinterpretam com o auxílio da IA, criando uma nostalgia digital que dialoga com o passado.

  • Arte com IA e algoritmos: Exposições no MoMA criando arte a partir do acervo do museu.


Sustentabilidade e o custo ambiental da revolução digital - Enquanto algumas IAs já buscam compensar o impacto ao meio ambiente por conta do alto uso energético, o treinamento de modelos avançados, como o Sora, consome uma quantidade de energia comparável à de uma pequena cidade. Essa dualidade ressalta a necessidade de repensarmos a sustentabilidade na era digital – um debate cada vez mais presente entre fotógrafos que buscam equilibrar inovação e responsabilidade ambiental.


Principais vantagens e desafios em 2025

Vantagens

Desafios

Co-criação Humano-Máquina: Integração colaborativa entre fotógrafos e IA, possibilitando novas formas de expressão e universos visuais alternativos.

Autenticidade e Transparência: Dificuldade em distinguir o que é fruto da criatividade humana do que é gerado ou alterado por IA, exigindo mecanismos de certificação (ex.: CAI e C2PA).

Inovação em Vídeo e Realismo: Avanços tecnológicos que elevam o realismo e os recursos dos vídeos, permitindo experiências imersivas e narrativas dinâmicas.

Viés Algorítmico: Riscos de reprodução de estereótipos e exclusão, já que algoritmos podem refletir preconceitos presentes nos dados de treinamento.

Automatização de Processos Técnicos: Redução do tempo gasto com ajustes manuais, permitindo que fotógrafos se concentrem em aspectos criativos e narrativos.

Sustentabilidade Energética: O alto consumo de energia dos modelos de IA e data centers, que contrasta com iniciativas de redução, levantando questões ambientais.

Democratização do Acesso: Ferramentas avançadas que tornam recursos antes exclusivos acessíveis a um público mais amplo, ampliando as possibilidades criativas.

Impacto no Mercado Tradicional: Desafios para fotógrafos que atuam com métodos convencionais, diante da saturação de imagens digitais e a concorrência de produções automatizadas.

Integração com Hardware e Redes Sociais: Possibilidade de câmeras inteligentes com IA e avanços nos smartphones, que trazem recursos integrados de criação e autenticação digital.

Regulamentação e Direitos Autorais: Necessidade de atualização das leis e normas para lidar com a autoria e a responsabilidade das obras geradas ou modificadas por IA.



Análise comparativa: 2023 vs. 2025

2023:

  • Geração de imagens: Em 2023, ferramentas como MidJourney e DALL-E já haviam ganhado destaque, permitindo a criação de imagens com estética única e, muitas vezes, surrealista. O foco estava em explorar os limites da criatividade digital, mas ainda de forma pontual e com desafios de controle e consistência.

  • Vídeo realista: Os avanços no campo do vídeo começaram a ganhar força, mas a tecnologia ainda estava em fase inicial. As produções automatizadas por IA já mostravam potencial para criar vídeos com realismo surpreendente, mas ainda apresentavam limitações em termos de fluidez e integração com narrativas mais complexas.

  • Integração com hardware: Embora a IA já estivesse presente em ferramentas de edição e câmeras de alta performance, a integração direta nos dispositivos – como câmeras inteligentes com algoritmos incorporados – ainda estava emergindo e se consolidando.

  • Autenticidade e certificação: Em 2023, começaram os debates sobre a autenticidade das imagens geradas por IA, com iniciativas iniciais para a criação de selos “Não-IA” e discussões sobre direitos autorais, mas a infraestrutura para autenticação digital ainda estava em desenvolvimento.



2025:

  • Geração de imagens: Dois anos depois, a IA evoluiu para uma co-criação mais integrada entre o artista e a máquina. As imagens geradas são mais refinadas, com maior consistência estética e controle sobre o resultado final, permitindo a criação de universos visuais alternativos e complexos.

  • Vídeo realista: A tecnologia de vídeo atingiu um novo patamar, com recursos de automação e realismo avançados. Os vídeos agora apresentam transições mais naturais, integração dinâmica de elementos digitais e uma narrativa visual que expande as possibilidades criativas dos fotógrafos e cineastas.

  • Integração com hardware: Em 2025, a presença da IA já está integrada diretamente no hardware. A discussão sobre “câmeras MidJourney”, por exemplo, ilustra como os dispositivos modernos – tanto profissionais quanto smartphones – já incorporam algoritmos que auxiliam na captura e processamento das imagens em tempo real.

  • Autenticidade e certificação: A luta por transparência e autenticidade evoluiu significativamente. Iniciativas como CAI e C2PA ganharam tração, oferecendo mecanismos robustos para a certificação das imagens e vídeos, garantindo que o conteúdo digital mantenha uma rastreabilidade e autenticidade reconhecida.



Tabela comparativa: Evolução da IA (2023 vs. 2025)

Aspecto

2023

2025

Geração de Imagens

- Uso de ferramentas como MidJourney e DALL-E.

- Co-criação aprimorada entre artista e IA.


- Imagens com maior refinamento estético e consistência.

Vídeo Realista

- Tecnologias emergentes para automação de vídeo.


- Realismo promissor, porém com limitações na fluidez.

- Produção de vídeos com realismo avançado.


- Transições naturais e integração dinâmica de elementos digitais.

Integração com Hardware

- IA presente em softwares e algumas câmeras de alta performance.


- Dispositivos ainda em fase de adaptação.

- Integração direta da IA em hardware (ex.: câmeras inteligentes, smartphones).


- Recursos em tempo real aprimorados.

Autenticidade e Certificação

- Início dos debates sobre autenticidade.


- Selos “Não-IA” e discussões iniciais sobre direitos autorais.

- Implementação de iniciativas como CAI e C2PA.


- Certificação robusta de autenticidade digital, com rastreabilidade garantida.


Confrontos, provocações e a nova co-criação (2024-2025)

Desde 2024, o cenário artístico e fotográfico passou a ser marcado por confrontos provocativos que desafiam as noções tradicionais de autoria e autenticidade. Dois episódios emblemáticos ilustram bem essa nova era:


  • Boris Edalgsen e o Sony World Photo: Boris Edalgsen conquistou o prêmio do Sony World Photo com uma imagem gerada por IA. No entanto, sua vitória foi seguida por uma desclassificação após ele confessar, no palco da premiação, que sua criação era fruto de uma colaboração direta com algoritmos. Esse episódio não só acirrou o debate sobre a transparência na utilização de IA, como também colocou em xeque as regras e critérios de concursos de fotografia. Saiba mais: Fotógrafo vence no Sony World Award Photography com IA e recusa prêmio

  • Miles Astray e a reviravolta na competição de IA: Em um movimento que reforçou a complexidade da co-criação, Miles Astray participou de um concurso de IA utilizando uma foto real e venceu o prêmio. A estratégia, que mostrou o caminho inverso gerou repercussão semelhante e instigou debates sobre o que é, de fato, a “imagem autêntica” na era híbrida. Sobre isso: A "vingança" da fotografia contra a IA

  • Cocriação e reimaginação da realidade - Esses eventos reforçam uma tendência crescente: a cocriação entre artistas e máquinas. Fotógrafos e artistas, de 2024 em diante, têm reimaginado a realidade, criando universos alternativos e revisionismos visuais impressionantes. Essa abordagem colaborativa abre caminho para novas narrativas, onde a linha entre o real e o digital se torna cada vez mais tênue.

  • Expansão para o vídeo e a nova dimensão do realismo - Outro avanço notório é a transição da imagem estática para o vídeo. Desde 2024, o realismo e os recursos dos vídeos evoluíram de forma surpreendente, dando vida às criações e proporcionando experiências imersivas que ultrapassam os limites do tradicional. Essa evolução reforça a ideia de que a criatividade digital não se restringe mais ao frame único, mas se expande para narrativas visuais dinâmicas e interativas.



Provocações para o futuro próximo (2025 e Além) - O horizonte aponta para desafios e inovações que poderão transformar ainda mais o campo fotográfico:

  • Integração da IA no hardware: Poderemos presenciar, em 2025, a chegada da IA diretamente no hardware – imagine uma “câmera Midjourney” onde algoritmos e sensores dialogam em tempo real para produzir composições que já nascem digitalmente aprimoradas.

  • Autenticidade digital em foco – CAI e C2PA: Iniciativas como CAI e C2PA, que visam garantir a autenticidade das imagens, deverão ganhar mais tração não só em câmeras profissionais, mas também nas redes sociais e nos smartphones. Essas tecnologias prometem oferecer uma camada extra de verificação, assegurando que, em um mar de imagens digitais, a origem e a integridade do conteúdo permaneçam transparentes e confiáveis.

  • Impacto nas redes sociais e nos principais fabricantes de smartphones: À medida que as redes sociais se tornam o principal espaço de exibição e circulação das imagens, e os fabricantes de smartphones incorporam cada vez mais recursos de IA, a forma como consumimos e interagimos com a fotografia continuará a evoluir. A tendência é que a autenticidade digital, aliada à inovação tecnológica, redefina padrões estéticos e práticos no dia a dia dos fotógrafos, sejam eles profissionais ou entusiastas.


Essa nova fase, marcada pela co-criação e pelas provocativas interações entre o humano e o digital, promete transformar radicalmente a arte de fazer e interpretar imagens. O futuro da fotografia, portanto, não é apenas uma questão técnica, mas um convite à reinvenção constante da nossa própria visão de mundo.



A última fronteira é a intenção humana?

Em 2025, a pergunta central não é mais “Isso foi feito por IA?” mas sim “Que verdade essa imagem quer negociar?”. Os fotógrafos já estão entendendo que a IA não é uma rival, mas uma ferramenta que amplifica a o potencial produtivo, criativo e de negócios. E se olharmos para o horizonte, a evolução da IA promete desafios e inovações imprevisíveis que, já em 2025, podem transformar radicalmente a forma como concebemos a imagem e o vídeo. A expectativa é que a Fotograf.IA avance (não sabemos quando) para versões 4.0, 5.0 e além, em um ritmo que talvez nos surpreenda e chegue antes do que podemos imaginar. Cada nova versão não só ampliará as fronteiras da criatividade, mas também questionará os limites da autoria e da autenticidade, desafiando-nos a repensar o que significa capturar a realidade em um mundo cada vez mais interativo e dinâmico.


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Foto: Ana Campbell
Foto: Ana Campbell

 

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