O que 10 anos revelam: o projeto visual que mostra como o tempo nos transforma
- Leo Saldanha
- 20 de mai.
- 2 min de leitura
Uma década pode parecer pouco tempo, até que se olhe nos olhos de quem foi fotografado duas vezes, com dez anos de intervalo.

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O cineasta e fotógrafo holandês Jeroen Wolf decidiu registrar o impacto do tempo de forma simples e poderosa. Ao completar 50 anos, ele teve a ideia de fotografar 50 antigos colegas de escola exatamente na mesma idade. Dez anos depois, voltou a reencontrá-los, agora aos 60, e criou um retrato duplo que fala sobre memória, amizade e as marcas da vida.
O resultado? Confrontador para alguns, emocionante para muitos.
Com imagens lado a lado, o curta-metragem "50 turned 60" já ultrapassou 600 mil visualizações e gerou uma onda de comentários e reflexões sobre envelhecer. Para alguns participantes, foi difícil encarar a própria transformação. Outros se surpreenderam positivamente. Como disse Wolf, "algumas pessoas parecem ainda mais incríveis… outras nem tanto, e isso conta uma história também".
Mais do que rugas ou cabelos mais ralos, o filme revela diferenças na voz, nos dentes, na expressão e na energia de cada pessoa. Uma narrativa silenciosa, contada pela passagem do tempo em cada detalhe do rosto.
Mas talvez o mais impactante do projeto seja o que não muda: o brilho no olhar, o traço da personalidade, a essência que permanece mesmo com a idade.
Wolf dedicou o filme à memória de dois amigos que participaram da primeira gravação e faleceram antes da segunda. “É um retrato da minha geração”, disse ele. “E uma forma de me reconectar com afetos e histórias.”
Num mundo obcecado por juventude, filtros e retoques, ver o envelhecimento real e humano é, como comentou um espectador, "chocantemente refrescante".
"A personalidade de cada um continua ali. Brilhando. E isso é lindo."Comentário de um espectador emocionado
Um convite à reflexão - Para quem trabalha com fotografia, esse projeto é um lembrete poderoso: cada retrato é uma cápsula do tempo. Cada rosto carrega uma história. E o envelhecer, longe de ser um declínio, pode ser um processo visualmente belo, humano e cheio de significados.
Em tempos de IA, juventude eterna digital e vozes clonadas, é revigorante ver a verdade de um rosto que viveu.
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