Netflix estreia sua primeira cena de efeitos visuais criada integralmente com inteligência artificial

Sequência de colapso em "El Eternauta", nova série argentina baseada em clássico dos quadrinhos, foi produzida pela Eyeline Studios com ferramentas generativas.

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A cena foi finalizada em tempo recorde e custou menos que métodos tradicionais. A decisão reforça o avanço da IA na indústria do entretenimento e gera discussões sobre o futuro da criação visual. Netflix acaba de marcar um ponto inédito na história do audiovisual.

Durante uma conferência para investidores realizada em 17 de julho, o co-CEO Ted Sarandos revelou que uma cena de colapso de edifício na série "El Eternauta" foi produzida inteiramente com inteligência artificial, por meio do estúdio interno Eyeline Studios.

Segundo Sarandos, o processo foi finalizado dez vezes mais rápido do que os métodos convencionais de efeitos visuais e com um custo significativamente menor. Além da economia de tempo e recursos, a empresa afirma que a tecnologia permitiu realizar um plano que talvez não fosse viável com os recursos disponíveis em uma produção tradicional.

A cena faz parte da adaptação de "El Eternauta", graphic novel argentina de 1957 que retrata um grupo de sobreviventes enfrentando uma nevasca mortal causada por forças alienígenas. A série, uma das grandes apostas da plataforma na América Latina, insere a ficção científica no centro do debate sobre inovação tecnológica no audiovisual.

Netflix já vinha testando novas tecnologias de imagem, mas essa é a primeira vez que uma sequência gerada integralmente por IA é usada em uma produção original da empresa. O caso representa uma mudança concreta na forma como cenas complexas podem ser criadas e entregues ao público.

O executivo fez questão de afirmar que a IA foi utilizada como suporte à criatividade, e não como substituta dos profissionais. A fala, no entanto, chega em um momento delicado. Os desdobramentos das greves de roteiristas e atores de 2023 ainda ecoam em Hollywood, e as tensões sobre o uso da IA seguem sem consenso.

Além da área de efeitos visuais, a empresa também estuda aplicações de IA em outras frentes, como busca por linguagem natural e personalização de publicidade. Os argumentos apresentados giram em torno de ganho de eficiência e melhoria da experiência dos usuários, mas o ritmo e a escala da adoção levantam preocupações legítimas sobre o papel humano nesse novo cenário.

O uso da IA em cenas inteiras reacende questões profundas. O que acontece com os artistas, técnicos e profissionais envolvidos na produção tradicional? Como ficam os limites criativos e éticos? E quais são os impactos de longo prazo na formação de novos talentos?

Mais do que uma escolha tecnológica, essa decisão abre espaço para uma nova fase da criação visual no entretenimento global.

Em tempo: assisti a primeira temporada e a série O Eternauta é ótima.

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Por: Leo Saldanha - Criador da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto! O futuro da fotografia não vai esperar você!

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