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O que funcionou e o que não se sustentou na fotografia profissional em 2025

Um olhar editorial sobre escolhas, excessos e caminhos que marcaram o mercado fotográfico no Brasil

ALLAN LAINEZ/Unsplash
ALLAN LAINEZ/Unsplash


Todo fim de ano pede balanço.


Mas 2025 não foi um ano simples de resumir. Não por falta de acontecimentos, mas porque muita coisa que parecia sólida começou a mostrar limites.


Foi um ano menos sobre ferramentas e mais sobre decisões. Algumas escolhas funcionaram muito bem. Outras chamaram atenção no começo, mas não se sustentaram quando o tempo passou e o mercado respondeu.


Prefiro olhar para 2025 a partir daí.


O que funcionou em 2025 na minha visão.


1. Fotografia analógica como linguagem, não como moda

A fotografia analógica funcionou em 2025.

Não como nostalgia nem fetiche técnico, mas como postura.


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Ela trouxe ritmo mais lento, intenção antes do clique e aceitação do erro como parte do processo. Em um cenário marcado pelo excesso de imagens e pela pressa constante, o analógico virou símbolo de resistência. Menos como técnica e mais como manifesto.



2. Fotografia autoral com ponto de vista

Não foi a estética autoral que se destacou. Foi o discurso.



Em 2025, apareceram menos imagens perfeitas e mais projetos com começo, meio e fim. Fotógrafos assumindo temas, limites e obsessões. Isso ficou evidente nos retratos com identidade, nos projetos documentais e até no interesse crescente por narrativas pessoais bem definidas.

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Autoral deixou de ser estilo. Virou posicionamento.



3. A volta da experiência real na fotografia

Sessões como vivência, não como simples entrega.

Conversas, rituais, tempo compartilhado.


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Em muitos nichos, a fotografia voltou a ser encontro. Isso ajuda a explicar o valor do retrato presencial, o cansaço com soluções totalmente digitais e a diferença cada vez mais clara entre imagem e experiência.


Esse movimento atravessa preço, percepção de valor e fidelização.



4. A fotografia no papel como destino final

O papel voltou a fazer sentido.

Não como nostalgia, mas como escolha.

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Em um ambiente saturado de imagens digitais, imprimir virou forma de ancorar a fotografia no mundo real. Álbum, fine art, zine, livro, objeto.


O físico passou a funcionar como validação de existência. Se está na tela, pode desaparecer. Se está no papel, permanece.



5. Quando o posicionamento deixou de ser discurso


Talvez o ponto mais decisivo do ano.

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Menos tentativa de agradar a todos. Menos “faço de tudo”. Mais recorte, proposta e responsabilidade sobre o próprio caminho. Quem atravessou 2025 melhor não foi necessariamente quem fotografou melhor, mas quem soube sustentar uma escolha.






O que não se sustentou em 2025


1. Ensaios de IA com preço baixo

O problema não foi a tecnologia.

Foi o posicionamento.

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Preço baixo comunicou valor baixo. Discurso confuso e comparação direta com fotografia real enfraqueceram o trabalho em vez de fortalecê-lo. Em muitos casos, a IA foi usada como atalho errado. Não que isso afete o fotógrafo de valor. Mas a galera da fotografia de precinho já sentiu e vai sentir mais.


2. Uso preguiçoso de IA

Presets genéricos, imagens sem intenção, estética repetida.


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A IA acelerou quem já tinha visão, mas expôs rapidamente quem não tinha. Produzir mais não significou produzir melhor. A propósito, peguiça no uso da IA expõe quem cria e o cliente percebe (mesmo que ele não diga).




3. Clickbait permanente


Títulos exagerados e promessas vazias funcionaram no curto prazo. Mas em 2025 ficou claro o custo disso. O público clicou, leu e saiu. O desgaste foi efetivo e cumulativo. Sua marca não agradece.


4. Confundir visibilidade com carreira

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Crescer seguidores sem estrutura, viralizar sem proposta, produzir sem direção.

Visibilidade sem base virou ansiedade, não negócio. Você movimenta redes, seguidores, mas no fundo no fundo...não leva a lugar nenhum. E sua marca não ganhar valor com isso.



5. Fotógrafos copiando fotógrafos (um clássico atemporal)

Bulbul Ahmed/Unsplash
Bulbul Ahmed/Unsplash

Mesmas poses, mesmas paletas, mesmas referências, mesmos discursos. Quando todo mundo se parece, ninguém se destaca. Esse talvez tenha sido o erro mais silencioso do ano e o mais difícil de perceber enquanto acontece. O pessoal reclama da IA, mas tem muita coisa parecida e sem alma mesmo na fotografia "real".


2025 não premiou quem correu mais.

Premiou quem escolheu e se posicionou melhor.

Entre excesso e sentido, a fotografia começou a se lembrar do que vale a pena sustentar.


Um convite

Muitos dos temas que aparecem neste texto atravessaram os Radares, encontros e conversas da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto ao longo de 2025.

É ali que essas leituras continuam, com tempo, troca e profundidade

 
 
 

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