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Digital x analógico: o dilema que sempre vai acompanhar a fotografia como negócio

Na essência, a fotografia é um ato presencial e se contrapõe a banalidade do mundo online





São uns 100 milhões de brasileiros no Instagram. Se cada um postar uma foto por dia...estou sendo modesto nessa projeção. Considerando Stories e outras plataformas imagine quantos conteúdos são compartilhados por dia. O que é uma foto maravilhosa que você clicou nesse universo? 100, 300, 500 curtidas? Talvez não sei quantos salvamentos ou aviõezinhos enviados para familiares, amigos e até concorrentes. A estimativa é que uma postagem dessas "populares" fique uns 2 dias em evidência. Depois some e com sorte retorna como lembrança do Face se você compartilhou por lá também. Aliás, não você, mas seu cliente.


Spoiler...o analógico do meu texto é o que é tangível, aquilo que pode ser tocado e não é digital.


Imagine outra cena. A foto na mão dos pais reunidos com os filhos relembrando momentos. Aquela cena de propaganda de família feliz ocorre mesmo é nessas horas de olhar momentos impressos. Qual a diferença entre o álbum folheado ali naquela reunião e uma passadas na tela do smartphone? Diversos estudos mostram que na fotografia analógica a emoção e o pertencimento e autoestimas são de fato ativados. A foto com passada de dedo na tela é coisa de dopamina e o efeito dura alguns segundos. Com sorte alguns outros segundos.


Loja de foto, empreendedor que imprime, encadernadora e afins. Eles podem estar na internet, app, plataformas e afins. Ao final do dia vão depender de coisas vividas. Momentos, viagens, festas. A fotografia digital só existe porque alguém curtiu alguma vivência. Para esses negócios de foto o digital com tudo online e em tempo real é um meio. Não é o fim. O destino final das memórias marcantes é no papel em suas mais variadas formas. Na parede, no porta-retrato ou em um álbum ou fotopresente. Para quem vive da fotografia de imprimir a indagação é sempre: será que amanhã vai ter foto no papel? Será que o futuro é das telas? Ou quem sabe outra coisa?


O presente é das telas e a pandemia acelerou isso. O impresso (sobretudo no caso da fotografia) é a novidade. Especialmente para os mais novos. Isso quer dizer que teremos impressão aos bilhões? Não acho, contudo existe espaço para crescer em valor, personalização e a possibilidade de encantar com esses produtos. Livros e matérias já mostraram nos últimos tempos que os jovens estão consumindo mais coisas analógicas. Os que nasceram de 2010 para cá veem na fotografia no papel um apelo de algo que não apita, não distrai.


O elemento principal do jogo das memórias das pessoas e negócios deveria ser o fotógrafo não? Eles clicam e estão sempre em contato com pessoas. O que mais vejo são profissionais não dando o devido valor a esses produtos. Vou entregar só o digital. Vou fazer só o serviço. Dá muito trabalho. Custa mais e não sobre muito. São várias as desculpas. Será que as pessoas não querem algo impresso mesmo? Em algumas situações específicas, a fotografia digital basta em si. Como para fotografar comida, produtos e outros. Para fotógrafos que geram conteúdos para redes sociais. Ainda assim vejo os melhores desses estilos pensando e criando algo para entregar junto impresso. Um mimo, uma foto para decorar e até revistas personalizadas. Entra como parte da oferta e adiciona valor ao serviço oferecido.


A fotografia do clique ao impresso depende das coisas vividas. Quase sempre é assim. Os melhores fotógrafos e negócios de fotografia sabem disso e fazem uso desse poder. De certa forma é uma força que está conectada com a personificação da experiência. É a obra final, o trabalho do artista com sua finalização. Entender essa dinâmica sem ser engolido pela onda online de tudo em tempo real pode fazer a diferença entre gerar valor ou só trabalhar por trabalhar.


Dia 3/05 (segunda que vem) farei um aulão de marketing para fotógrafos e negócios de foto. A FOTOGRAFIA COMO NEGÓCIO


Dias 26 e 27 de maio tem a nova turma ao vivo do Foto+Produto – Saiba mais aqui: FOTO+PRODUTO

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