CreativeLive chega ao fim: o que aprendemos com a plataforma pioneira do ensino online da fotografia
- Leo Saldanha

- 30 de set.
- 4 min de leitura
Plataforma global que formou milhões de criativos anuncia encerramento das atividades em 31 de dezembro de 2025. A decisão revela os desafios de um mercado em transformação.

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A CreativeLive, uma das primeiras e mais influentes plataformas de ensino online para fotógrafos e criativos, anunciou que encerrará suas operações no dia 31 de dezembro de 2025. O comunicado oficial agradece aos estudantes e confirma que a compra e download de cursos estará disponível até essa data.
Fundada em 2010 pelo fotógrafo Chase Jarvis, a CreativeLive revolucionou a forma como profissionais da imagem aprendiam e compartilhavam conhecimento. O modelo, que misturava transmissões ao vivo, aulas pagas e uma comunidade global, inspirou inúmeros projetos e plataformas. Aliás, inclusive no Brasil.

O impacto global e no Brasil
Foi um marco para o ensino de fotografia online, oferecendo acesso a nomes consagrados da área.
Inspirou a criação de modelos similares de cursos e workshops no Brasil, que viram na internet uma forma de escalar conhecimento.
Mostrou que há apetite por aprendizado remoto, mas também evidenciou a dificuldade de manter um modelo sustentável.

Por que não deu certo a longo prazo
Apesar do sucesso inicial e de ter atraído investidores e, mais tarde, a aquisição pela Fiverr, a CreativeLive enfrentava desafios há anos. O consumo de conteúdo online mudou: a preferência migrou de cursos longos e densos para formatos curtos, dinâmicos e muitas vezes gratuitos em redes sociais.Manter uma estrutura pesada de produção e operação tornou-se insustentável frente à concorrência de novos formatos.
Lições para criadores e fotógrafos
O modelo de curso online não é fácil: demanda investimento em produção, marketing e suporte.
A mudança de comportamento do público é constante: quem produz precisa se adaptar a novos formatos e plataformas.
Comunidade e recorrência são chaves: mais do que apenas vender cursos, é preciso criar vínculo contínuo com os alunos.
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O adeus da comunidade
A notícia mobilizou rapidamente fóruns internacionais como o Reddit, onde fotógrafos compartilharam lembranças, gratidão e também frustrações com o fechamento da plataforma. Entre os comentários mais marcantes:
Tristeza e antecipação do fim: “Comprei umas aulas ótimas e aprendi muito. Baixei tudo faz tempo porque sabia que isso ia acontecer.” – u/tommydonuts
Fim de uma era: “Já estava sentindo que isso ia acontecer. A CreativeLive parou de fazer novas transmissões, só reprisava as antigas. (…) É o fim de uma era. Os cursos de fotografia 101 e flash me deram o pontapé inicial quando eu era iniciante. Ainda aprecio o valor de cursos estruturados — diferente de vídeos soltos do YouTube.” – u/gotthelowdown
Impacto pessoal: “Muitas das aulas ajudaram muito minha vida depois que não pude voltar pra faculdade por falta de grana. Aprendi um monte e tô triste de ver isso acabar.” – u/FrostyPhotographer
Sentimento de surpresa e abandono: “Começou muito forte, mas não vejo nada novo sair há anos. Fiquei até surpreso que ainda estava funcionando.” – u/AutomaticMistake
Reações práticas: Vários usuários relataram dificuldades para baixar os cursos ou buscaram ferramentas alternativas para salvar o conteúdo adquirido antes do encerramento.
Esses depoimentos mostram que a CreativeLive não foi apenas um site de cursos: foi um marco afetivo e formativo para milhares de criativos, deixando uma lacuna simbólica no ensino online de fotografia.
O fim da CreativeLive é simbólico. Encerrando-se uma era, abre-se espaço para novos modelos de ensino que combinem flexibilidade, proximidade e inovação. Para fotógrafos e educadores, a lição é clara: o ensino online continua relevante, mas exige adaptação constante ao ritmo do mercado e do público.
Mais do que o encerramento de uma empresa, o fim da CreativeLive simboliza a transição de um modelo de aprendizado digital. Para fotógrafos e educadores, fica a lição de que o valor está na comunidade, na curadoria e na conexão humana que transcende a simples disponibilização de vídeos.
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