Quando a autoria vira controvérsia: o caso da “Napalm Girl” e a suspensão da World Press Photo
- Leo Saldanha
- há 5 dias
- 2 min de leitura
A imagem continua sendo um marco da história. Mas, agora, sua autoria está oficialmente em dúvida.

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Uma das fotografias mais emblemáticas do fotojornalismo mundial, a famosa Napalm Girl, está no centro de um debate que toca em questões profundas sobre autoria, memória e justiça histórica. O que antes era considerado fato consolidado passou a ser oficialmente contestado pela World Press Photo, após quase cinco décadas.
Em maio de 2025, a instituição anunciou a suspensão da atribuição de autoria da imagem icônica tirada durante a Guerra do Vietnã, após novas investigações motivadas pelo documentário The Stringer, lançado no Festival de Sundance. A obra levanta a hipótese de que o verdadeiro autor da foto não teria sido Nick Ut, como sempre foi creditado, mas sim o fotógrafo freelancer vietnamita Nguyen Thành Nghệ.
O destaque na mídia daqui e de fora:
A fotografia permanece. A autoria, não.
Mesmo mantendo o reconhecimento da força histórica da imagem, que mostra a jovem Kim Phuc correndo nua e em desespero após um ataque de napalm, a World Press Photo afirmou que não pode mais confirmar que Nick Ut foi o responsável pelo clique. A decisão veio após uma análise técnica que considerou local, distância e câmeras envolvidas na cena.
Enquanto isso, a Associated Press (AP), que também conduziu sua própria investigação, afirmou não haver provas suficientes para alterar a autoria, embora tenha reconhecido inconsistências nos relatos.
O que essa disputa nos ensina?
Autoria importa. Especialmente em contextos históricos, o crédito por uma imagem pode moldar carreiras e narrativas.
Tecnologia e tempo são barreiras. Cinquenta anos depois, com evidências frágeis e testemunhas-chave falecidas, a verdade talvez nunca seja totalmente comprovada.
Memória coletiva e ética visual estão em jogo. A fotografia continua potente, mas seu legado agora carrega uma nova camada de complexidade.
No fim, talvez a única certeza seja esta: a imagem continuará a impactar, mas sua autoria entrou na zona cinzenta da história.
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