Acordo em negociação busca equilibrar segurança nacional e interesses comerciais, enquanto gigantes da tecnologia acompanham de perto

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A Perplexity AI, startup de inteligência artificial avaliada em US$ 9 bilhões, apresentou uma nova versão de sua proposta de fusão com a operação norte-americana do TikTok, plataforma de mídia social controlada pela chinesa ByteDance. O plano prevê a criação de uma holding sediada nos EUA, chamada provisoriamente de "NewCo", que uniria os negócios locais do TikTok à tecnologia da Perplexity.
Segundo a proposta, o governo norte-americano teria direito a até 50% das ações da NewCo após uma oferta pública inicial (IPO) estimada em US$ 300 bilhões. A participação, no entanto, seria sem direito a voto, o que significa que autoridades não teriam poder de decisão na gestão ou assento no conselho administrativo.
A iniciativa surge em meio a pressões legislativas para que o TikTok corte laços com a ByteDance, acusada de representar riscos à segurança nacional devido à sua origem chinesa. Pelo acordo, a ByteDance cederia a operação norte-americana do TikTok à NewCo, mas manteria o controle sobre seu algoritmo central de recomendação de conteúdo, considerado estratégico.

O ex-presidente Donald Trump, que anteriormente tentou banir o TikTok nos EUA, teria pressionado por um acordo dentro de 30 dias, exigindo que o país seja "amplamente beneficiado". Paralelamente, empresas como Microsoft e Oracle também manifestaram interesse em adquirir a divisão norte-americana do TikTok, ampliando a disputa.
Aravind Srinivas, CEO da Perplexity AI, classificou a proposta como uma solução "mutuamente vantajosa", permitindo que a ByteDance mantenha influência indireta enquanto o governo atenua preocupações com dados de usuários. A startup, que começou 2024 com valor de mercado de US$ 500 milhões, viu seu valor disparar após avanços em buscas com IA, posicionando-se como rival da OpenAI e do Google.

Se concretizado, o acordo pode estabelecer um precedente para como governos lidam com fusões envolvendo tecnologia sensível e empresas estrangeiras. Analistas questionam, porém, se a estrutura proposta — especialmente a participação governamental sem poder de voto — será suficiente para aprovação regulatória.
Enquanto a Casa Branca avalia a proposta, o setor de tecnologia aguarda se a NewCo se tornará um modelo para acordos semelhantes ou se a complexidade geopolítica e a concorrência de gigantes como Microsoft podem alterar o rumo das negociações.
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