Essa imagem abaixo sempre me persegue. Uma foto que sempre me faz refletir sobre a questão do preço no marketing da fotografia
Um fotógrafo na rua com seu estúdio montado e a frase fotos bonitas com o valor junto. Um preço acessível no que provavelmente envolve entregar a imagem na hora em um arquivo digital.
Em grupos de fotógrafos e fotógrafas essa imagem ressurge com frequência. Algumas pessoas tiram sarro, outras dizem para não julgar pois cada um sabe o que faz para sobreviver.
O fato é que o preço conta uma história. No caso dele na imagem pode ser uma ação pontual, ninguém sabe ao certo. Teve gente que indagou se tratar de um fotógrafo buscando levantar faturamento bem no auge da pandemia. Parece que é de um fotógrafo no Peru...ou na Bolívia. A verdade é que ninguém sabe com precisão. Mas a história do preço está ali: fotos bonitas com um precinho bom...
A cena poderia ser no Brasil e em qualquer lugar do mundo. A fotografia não é necessidade, mas tem seu apelo. Para vender uma ideia, para mostrar melhor uma pessoa. Uma foto bonita como ele mesmo diz na divulgação. Preço conta uma história. E o diferencial ali é o valor acessível e ao mesmo tempo a garantia da foto bela. E a sua história com preço na fotografia qual é? E como mudou em 2022?
Se o fotógrafo da foto acima fizer muitas e muitas fotos pode faturar algo. Talvez até consiga levantar uma boa soma. A história que ele conta nessa estratégia de preço é da "barganha" porque é você bonito na foto. E talvez seja bem rápido para ele e para quem é retratado. Irresistível!
E se fosse o contrário, foto bonita por 700 $. Aí a história seria outra? Porque cobrar tão caro por um retrato na rua? Será que vem algo junto? Será que ele é famoso? Talvez se fosse por 7 mil?
Ninguém sabe ao certo a estratégia deste fotógrafo. Uma ação desesperada? Ou pensada para algo que nem imaginamos? Não dá para julgar. Aliás, poderia até ser de graça por uma causa nobre...
Fotografia não é necessidade. Embora o que as pessoas busquem com imagens possa ir muito além do desejo. Até por envolver status, vaidade, memórias e outros elementos. São pontos que contam como argumentos de venda. O preço também é um item neste processo. Mas lembre-se, caso seja só uma fotinha, aí vai valer menos mesmo! De novo, a narrativa do precinho...
Atualização com relato do fotógrafo e professor Ney Bedin:
Entrevistei este rapaz, Ernesto T. (acredito ser o mesmo da outra foto, mais famosa), de Monterrey, México. Ele fazia em média 1500 a 2000 reais por mês, no meio da pandemia. Fazia "quinceañeras" e "bodas" antes da tragédia mundial. Também colhia fotos para um livro de retratos. Um dos meus alunos trouxe a foto à atenção refletindo sobre a profissão em meio ao caos instaurado, o zerar de eventos. Quando finalmente o localizei ele respondeu de um plantão em um restaurante (não sei se garçom ou ajudante) e não podia falar muito. A estratégia dele era o volume (vender muito para ganhar o suficiente no fim do mês). Como a de muitos. Ruim é cobrar pouco e vender menos ainda.
Neste fim de 2022 acaba de sair uma pesquisa indicando que a palavra do ano no Brasil foi "Esperança". Em um momento tão desafiador, por várias questões, espero que a "Esperança" se torne realidade e que na fotografia (independente da decisão escolhida sobre preço e afins) possamos ter mais conquistas e valorização. Esperamos o negócio da fotografia melhor para todos em 2023! Boas Festas!
Em tempo: restam poucos dias para você adquirir o Plano de Marketing 2023 antes da virada de preços. Sim, aqui também conto uma história envolvendo preço. Da urgência para algo que pode fazer toda a diferença para quem vive da fotografia. Porque preço é marketing e quem ainda não entendeu isso terá problemas em 2023!
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