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Pinakotheke Cultural do Rio apresenta a exposição e lançamento do livro "Alécio de Andrade – Luz de Abril, Portugal 1974"

Retorno dos colonos de África, um total de mais de 500 000 “retornados” em 1974 e 1975. Passageiros desembarcando do Niassa. Porto de Lisboa, 13 de agosto de 1974. © Alécio de Andrade. Cortesia Pinakotheke Cultural
Retorno dos colonos de África, um total de mais de 500 000 “retornados” em 1974 e 1975. Passageiros desembarcando do Niassa. Porto de Lisboa, 13 de agosto de 1974. © Alécio de Andrade. Cortesia Pinakotheke Cultural

Este post é patrocinado por Fotto, líder em vendas de fotos com tecnologia inteligente, e por Alboom



A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, tem o prazer de convidar para a exposição “Luz de Abril, Portugal, 1974”, com 38 fotografias de Alécio de Andrade(1938-2003) que registram a Revolução dos Cravos em curso no país europeu. O grande fotógrafo, radicado em Paris desde 1964, percorre Portugal “com sua Leica pendurada no pescoço”, como descreve o historiador francês Yves Léonard (1961), no livro homônimo que será lançado na exposição. “Passeando seu olhar sobre o Portugal da Revolução dos Cravos, Alécio de Andrade captou instintivamente a imagem de um povo há muito habituado às maiores misérias, infinitamente resiliente, exemplar à sua maneira. Um povo cujos olhares e sorrisos são ainda mais desarmantes por se oferecerem com reserva. Um Portugal à altura dessas mulheres e desses homens captados com empatia em seu cotidiano, na esquina de uma rua, num campo ou num desfile”, escreve o historiador. A idealização do projeto é de Patricia Newcomer, viúva de Alécio de Andrade. A impressão das fotografias é de Toros Lab, que sempre trabalhou com o fotógrafo.


Na exposição, as legendas das fotografias são de Yves Léonard, a partir de anotações do próprio Alécio, que voltou a Portugal em 1974 no outono, e mais uma vez em 1975. Alguns exemplos são: “O homem dos pés de vento”; “Alegre acolhida aos retornados da África, para aqueles que têm a sorte de ser esperados. Porto de Lisboa, verão de 1974”; “Peregrinação a Fátima, outubro de 1974”; “Manifestação pela independência da Guiné-Bissau: ‘Abaixo o neocolonialismo.’ Praça do Rossio em Lisboa, verão de 1974”; “José Celso (Zé Celso) Martinez Corrêa, escritor, ator e diretor de teatro brasileiro, no encontro do Partido Socialista Português em Lisboa, Pavilhão dos Desportos, outubro de 1974”.



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Alegre acolhida aos retornados da África, para aqueles que têm a sorte de ser

esperados. Porto de Lisboa,verão de 1974.

© Alécio de Andrade. Cortesia Pinakotheke Cultural



ARTE DE DETECTAR O INUSITADO

Alécio de Andrade prima na arte de detectar o inusitado sob a aparente uniformidade, como vários críticos já observaram. Henri Cartier-Bresson não deixou de sagrar o jovem carioca, que se reconhece plenamente naquele designado então como o arauto do instante decisivo, o mestre inconteste do preto e branco, sem retoques ou flash, nem sequer reenquadramento”, salienta Yves Léonard. Ele afirma ainda que “Alécio também se revela um ‘mestre do instante’ com a foto, tirada no Louvre em 1970, em que três freiras admiram ‘As Três Graças’, de Jean-Baptiste Regnault. Foto reproduzida em forma de cartão postal de que se venderam mais de duzentos mil exemplares. Como uma homenagem brincalhona, Alécio também imortaliza Cartier-Bresson fotografando, em 1972, a Fête de l’Humanité em Paris”.



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“Descolonização, vitória do povo livre / Democracia sem divórcio é

uma farsa.” Grande manifestação em Lisboa pelo direito ao divórcio e pela

independência das colônias. Lisboa, verão de 1974.

© Alécio de Andrade. Cortesia Pinakotheke Cultural


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Em frente à Assembleia Nacional (Palácio de São Bento) depois da demissão do

general Spínola da Presidência da República. Para que lado olhar? Segunda-feira, 30

de setembro de 1974. © Alécio de Andrade. Cortesia Pinakotheke Cultural


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Panfleto nas mãos do leitor do anúncio:

“Manifestação de apoio ao MFA e ao governo provisório. Abaixo a reação.”

Lisboa, 30 de setembro de 1974.


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José Celso (Zé Celso) Martinez Corrêa, escritor, ator e diretor de teatro brasileiro, no

encontro do Partido Socialista Português em Lisboa, Pavilhão dos Desportos, outubro

de 1974. © Alécio de Andrade. Cortesia Pinakotheke Cultural



Além dos registros feitos nas ruas de Portugal, Alécio de Andrade “buscando canalizar os fluxos de pessoas e acontecimentos, acaba por desvelar o insólito”. “Por exemplo, o General Spínola, de férias na estação termal de Buçaco, em meados de agosto de 1974, sem uniforme militar, quase em traje de dândi, sem afetação nem sua arrogância habitual”. 


A exposição marca o lançamento do livro “Luz de Abril, Portugal, 1974” (Edições Pinakotheke, 2025), com 55 fotografias em p&b e cor de Alécio de Andrade, e texto do historiador francês Yves Léonard. A tradução é de Bruno Ferreira Castro e Fernando Scheibe, e a publicação tem 140 páginas, formato de 16 x 23 cm. O preço é R$ 85 reais, e o livro pode ser encontrado na Pinakotheke e nas livrarias, físicas e online. 


CINECLUBE PINAKOTHEKE

A Pinakotheke transformará a sala da exposição em um Cineclube, aos sábados, sempre às 15h, a partir de 28 de junho, também com entrada gratuita. A programação é a seguinte:


  • 28 de junho | 15h

CAPITÃES DE ABRIL(2000, 2h04 min, drama), de Maria de Medeiros

Em Portugal, na noite de 24 de abril de 1974, o rádio tocava uma canção proibida, "Grândola". Era o esperado sinal para o grupo militar que iria mudar o destino do país. Ao som da voz do poeta José Afonso, as tropas avançaram, marchando sobre Lisboa. Em contraste com a trágica tentativa do ano anterior, a Revolução dos Cravos se desenrolou como uma grande aventura, em busca da paz e de lirismo. “Capitães de Abril” é um filme de drama e ficção histórica de 2000, realizado por Maria de Medeiros, uma coprodução entre Portugal, Espanha, Itália e França. Foi oprimeira longa-metragem de Maria de Medeiros como realizadora, tendo alcançado um assinalável sucesso na bilheteira portuguesa.A história do filme é baseada no golpe de estado militar que ocorreu em Portugal no dia 25 de Abril de 1974 e presta homenagem aos jovens soldados que resgataram a sua pátria desse tempo obscuro, destacando-se Salgueiro Maia.


  • 5 de julho | 15h

A NOITE DO GOLPE DE ESTADO(2001, 1h27min, documentário), de Ginette Lavigne

No dia 25 de abril de 1974, em Lisboa, um golpe militar de Estado derrubou o governo de Marcelo Caetano, sucessor de Salazar. Esse golpe, concebido e realizado como uma ofensiva militar por jovens oficiais do exército agrupados no Movimento das Forças Armadas, pôs fim a 48 anos de fascismo e foi o começo do que ficou conhecido como “a revolução dos cravos”.“O arquiteto dessa operação foi Otelo de Carvalho. Em 1978, ele escreveu um livro, Alvorada de abril, em que descreve detalhadamente a organização do golpe de Estado. Ao ler esse livro, descobri o rigor e a precisão com que ele organizou o levante militar de 25 de abril e descobri também, com grande surpresa, que ele não esteve presente nas operações. Instalado desde a tarde de 24 de abril, com outros membros do MFA, no posto de comando de Pontinha, a cerca de vinte quilômetros de Lisboa, Otelo de Carvalho não viu nada do que aconteceu nas ruas de Lisboa dia 25 de abril. Maestro afastado do palco da ação, ele só podia imaginar, a partir das descrições que faziam para ele e do que ouvia nas rádios e telefones, o que estava ocorrendo lá fora. Foi em torno dessa ausência, dessa falta, que se construiu o filme.” (Ginette Lavigne) Distribuição: Zaradoc


  • 12 de julho | 15h

OUTRO PAÍS(1999,70 min, documentário), de Sérgio Tréfaut

Em 25 de Abril de 1974 um golpe militar derrubou a mais antiga ditadura ocidental sem derramar uma gota de sangue. A descoberta da democracia e o desmantelar do último império colonial europeu projetaram Portugal para o primeiro plano da atualidade internacional. Durante a revolução dos cravos alguns dos maiores fotógrafos e documentaristas do mundo desembarcaram em Lisboa para recolher imagens: Glauber Rocha, Robert Kramer, Thomas Harlan, PeaHolmquist, Santiago Alvarez, Sebastião Salgado, Guy Le Querrec, Dominique Issermann, Jean Gaumy, entre outros. Todos sonhavam com um mundo diferente. Vinham de Maio de 68, do Vietnam, do Chile de Allende e viviam a Revolução Portuguesa como um laboratório único de experiências. O que descobriram em Portugal? Que balanço fizeram anos mais tarde? A pesquisa para este documentário revelou milhares de fotografias e cerca de 40 filmes estrangeiros sobre a Revolução Portuguesa.


  • 19 de julho | 15h

TERRA DE ABRIL (1976, 1h15 min), de Philippe Costantini e Anna Glogowski

Produzido por Copra Films e Les Films d’Ici. Cópia digitalizada pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência. Medida integrada no programa Next Generation EU. 


Nas montanhas do Norte de Portugal, em Trás-os-Montes, um vilarejo isolado, Vilar de Perdizes, mantém, dois anos após a Revolução de 25 de abril de 1974, uma vida imutável, ancestral, separada do resto do mundo. Um solo pobre, um clima rude, uma economia de subsistência. Ao final do inverno, abril é o mês de lavrar, de semear e de fazer os enxertos nas videiras. É também o mês em que, a cada sete anos, como neste de 1976, realiza-se um Mistério da Paixão interpretado pelos moradores do vilarejo, segundo um texto original transmitido pela tradição oral e em que o diabo desempenha o papel principal. Neste ano ocorre também uma campanha para as segundas eleições livres de Portugal, depois de 48 anos de obscurantismo... Homens e mulheres vivem, falam e atuam, revelando sua relação com o poder, com a religião, com a pobreza e, através das eleições, com o saber e com a ignorância.


Serviço: Exposição e lançamento do livro “Alécio de Andrade – Luz de Abril, Portugal, 1974”

Pinakotheke Cultural

Visitação pública: 2 de junho a 19 de julho de 2025

Pinakotheke Cultural – Rio de Janeiro

Rua São Clemente 300, Botafogo

22260-004 – Rio de Janeiro - RJ

Telefones: 21.2537.7566

Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados das 10h às 16h.

Entrada gratuita

Telefones: 21.2537.7566



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