Chris Anderson, autor do livro Freemium já dizia: o destino de tudo que é digital é o grátis
Que tal um exercício de imaginação. O mercado está em 2030 e fotógrafos cobram zero pelos seus serviços. Você entraria nesse negócio? Antes de você dizer que já está assim, vamos imaginar um pouco mais. Eles fazem o serviço de graça, mas faturam mesmo é no produto. Em determinado momento entre 2022 e 2030 ocorreu um grande blecaute online e bilhões de fotos foram perdidas. Algo que foi batizado de “O grande blecaute” e depois disso as pessoas passaram a imprimir suas memórias e deixaram de confiar na nuvem.
Por que as pessoas não pagariam pelo serviço? Com sessões sendo cobradas a 50 reais ou por foto a 10 reais, o mercado saiu em uma corrida pelo menor valor. Pessoas começando no negócio perceberam que podiam sim faturar cobrando pouco e tentando ganhar no volume (mesmo sem fazer conta) e não demorou para o serviço ser considerado commodity. Na prática, contratar um fotógrafo deixou de estar ligado ao serviço e mais voltado ao produto. Com tanta oferta, o profissional comprova seu valor na entrega junto com o produto. Aos clientes restou a escolha mais fácil…contratar de graça já era realidade, agora chegou a vez de olhar para quem ofereceria o menor valor no produto. A diferença é que quanto mais baixava o valor pior ficava o produto. Isso porque o fotógrafo tinha que buscar um fornecedor mais baratinho…e as fotos sumiram ou desbotam no papel depois de um tempo. A alternativa com tecnologia e personalização aliada ao estilo fotográfico gerou uma onda de dois tipos de profissionais: os baratinhos com produtos vagabundo e comum e os que tinham ofertas sofisticadas, duráveis.
MEDO - Para os consumidores que escolhessem a primeira opção do produto baratinho a sombra do “Grande Blecaute” sempre estaria ali na espreita. As fotos sumiram do digital e agora seria o mesmo no impresso. Embora ficção, notar esse caminho de guerra de preços que saiu do digital para o produto não seria mero acaso. Isso vale para o futuro ou agora (porque na verdade já temos pessoas trabalhando de graça ou pagando para trabalhar). no fim, essa é a dinâmica de mercado e já aconteceu na fotografia mesmo antes do digital dominar. Isso porque existe a tendência do “mais do mesmo” e da comoditização. Fruto da estratégia do “eu também” e “assim é mais fácil já que o outro fez também”. Resultado: quando tudo fica igual e a oferta é vasta, ao cliente fica mais fácil optar pelo preço mais baixo. Até que chega um dia que não vale mais nada.
Então por que tem gente que consegue cobrar bem e receber por isso? Quem faz isso trabalhou questões de marketing junto com a parte “fotográfica”. As duas coisas andam juntas sempre. E convenhamos que a média do mercado em praticamente todos os segmentos sente a pressão de preço. A pesquisa mais recente da FHOX comprova isso.
O fato é que a realidade do grátis e do baratinho na fotografia não é coisa de ficção. O que falta acontecer é o tal “blecaute” com perda real de fotos e quebrando de vez a confiabilidade do digital. Aí a máxima de que o medo é o mais forte fator de marketing realmente vai entrar em cena. Ou você garante sua foto comigo ou vai ficar sem…
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