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Blockbuster, nostalgia e o último negócio de fotografia do mundo

Propaganda recente da última loja Blockbuster do mundo me fez refletir sobre o poder da nostalgia



Ação da última Blockbuster do mundo com a Airbnb. Durma uma noite na última unidade do mundo...



A matéria apareceu em vários canais que acompanho na internet. A Blockbuster de Bend (EUA) é a última do mundo. Lembro de que 2018 ainda existiam algumas outras, mas elas foram morrendo até restar esta última unidade.


O que é a Blockbuster? Talvez você não saiba, mas foi uma grande rede de locadoras de DVDs (antes VHS) que tinha mais de 9 mil pontos pelo mundo. Inclusive tinha presença forte por aqui no Brasil (depois foi comprada pela Americanas, mas é melhor mudar de assunto). Pois bem, eis que hoje esse último ponto físico é como uma viagem no tempo. Uma jornada nostálgica. O anúncio recente criado por uma famosa agência de publicidade apresenta a pergunta: se o mundo acabar (e sumissem tudo mais online e digital incluindo Netflix e canais de tevê a cabo e internet) o que nos restaria? Ora, seriam as coisas físicas e a última Blockbuster do mundo seria como um santuário de filmes e séries que para serem assistidas só indo lá...e para quem ainda tiver um aparelho para rodar DVDs, VHS e afins.




Ser o único de alguma coisa é bom e ruim. Lojas de foto que existiam aos montes hoje são em menor número. Já é bem mais difícil achar uma por aí. Não temos os dados precisos, mas esse tipo de negócio teve que se adaptar com outras coisas para sobreviver. Exemplo, aqui perto de casa a loja de fotografia é na verdade um ponto de eletrônicos com o serviço de impressão na hora como parte do cardápio. E vejo outros negócios aqui da vizinhança oferecendo impressão como fotodocumento e impressões avulsas...detalhe: não são lojas de foto, mas sim papelarias e até quiosques de shopping que vendem cases de smartphone e colocaram impressoras fotográficas para atender a demanda. E ela existe.


Negócios se transformam, estúdios fotográficos seguem operando, mas também tiveram que se adaptar a novas demandas. Lá fora os estúdios de retratos de família ainda existem, mas muitos encerraram operações por conta da concorrência das redes sociais e dos smartphones. A competição da gratificação instantânea. Sabe qual o negócio mais forte de estúdio hoje no mundo? Os retratos tipo selfie com cenários variados e temáticos. Caso dos museus de selfie e outros tipos. Esses seguem bombando aqui e lá fora. As próprias pessoas fazem suas fotos e imprimem na hora ou só recebem por email para usar nas redes sociais. A grande questão que fica: e se só sobrar meu estúdio no "mundo"? O único do bairro, o único da cidade ou na versão extrema da Blockbuster: o último do mundo.


Ficar sozinho é bom por um lado. As pessoas só terão nosso negócio como alternativa. Uma única loja de foto em um bairro domina quando o assunto é foto impressa na hora. Se bem que existem sites hoje que fazem a mesma coisa sem você precisar sair de casa e com um custo muito menor. Em um mundo cada vez mais online, ser o último de alguma coisa é bem difícil.


Aqui entra outra reflexão: e se você for tão nichado que ficará sozinho no seu mercado. Um fotógrafo de hamster é um nicho quase exclusivo. A decisão tem lá suas vantagens: quantos fotógrafos de ratinhos existem na minha cidade? Quantos clientes para um negócio desses?



Certos negócios de fotografia quase sumiram...mas você ainda encontra em determinados lugares do mundo. Foto: José Moutinho/CC




Quantas pessoas querem alugar um DVD na Blockbuster? Quantas querem uma experiência na loja? Visitar o local seria como uma viagem no tempo. Os donos fizeram até uma parceria com a Airbnb para que as pessoas pudessem "alugar" a loja para dormir e assistir filmes por toda noite. Eles também vendem camisetas, bonés e outras coisas que remetem a nostalgia da marca. Qual é a sua nostalgia?





Questão de escolha: ser o único por escolher esse caminho ou por questões de mercado. Ambas envolvem desafios? Seja exclusivo, mas cuidado para não ficar sozinho. Seja único, mas não se feche na própria mensagem ou nem será entendido.



Blockbuster Bend. Virou até ponto turístico...


O último fotógrafo do mundo parece uma coisa exagerada. Já que temos fotógrafos aos montes em todas as áreas. Temos mais câmeras (smartphones) do que pessoas no Brasil. O fato de todos serem "meio fotógrafos" não faz do fotógrafo uma redundância? Ah, mas o fotógrafo profissional tem a visão e sabe fazer. Esse argumento é verdadeiro, mas quantos de fato tem essa diferenciação da técnica apurada combinada com uma marca que expressa essa capacidade de criar as melhores imagens?


Recentemente fotógrafos profissionais renomados começaram a usar a expressão "feito na câmera" para indicar que a foto é real, não tendo inteligência artificial na sua criação. As transformações intensas com IA estão levando a uma nova relação com a criatividade e o papel do fotógrafo profissional nesse mercado. De novo, não que a profissão vá sumir por conta disso, mas certamente terá que se adaptar.





Falando em Blockbuster, não tem como não pensar em fotografia analógica. Ironicamente, ela parece mais forte como negócio nesse momento do que "as locadoras de filmes". Por quê? Porque envolve comunidades, jovens cansados do digital e que querem "nostalgia" para criarem coisas físicas, uma nova fotografia artesanal que vai parar no Instagram e até mesmo na fotografia blockchain. Surgem novos labs analógicos mundo afora. E aqui no Brasil essa tribo também tem se movido de uma forma surpreendente. Ou seja, o problema no fim, talvez esteja na rigidez de um negócio ou estilo. A Blockbuster lá atrás renegou a Netflix (que quase foi comprada pela gigante Blockbuster na época). Isso lá pelo final dos anos 1990. Hoje, a Netflix luta para não se engolida pelas outras concorrentes e até mesmo pelos jogos de videogame de smartphone (Fortnite por exemplo) e pela Disney.



Se você tem um ponto físico, transforme isso em uma experiência...

Então, cuidado para não se tornar o único a ponto de não ter clientes. Ou por conta de clientes que já não existem ou por fortes mudanças tecnológicas em curso (e acredite, elas estão ocorrendo nesse momento em quase todas as áreas da fotografia). E no caso da Blockbuster, se ela fosse como na propaganda acima do vídeo a única loja do mundo...muita gente não teria como assistir aos filmes, já que a gente nem tem mais um aparelho para reproduzir DVDs. Eu pelo menos não tenho... já nostalgia eu tenho de sobra.



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