Quando a mãe é a fotógrafa, a cliente e a inspiração
- Leo Saldanha
- há 4 horas
- 3 min de leitura
Um olhar sensível e crítico sobre a presença (e a ausência) das mães na fotografia, como personagens, profissionais e protagonistas de mercado

Este post é patrocinado por Fotto, líder em vendas de fotos com tecnologia inteligente, e por Alboom, referência em sites, automação e marketing para fotógrafos(as).
Neste domingo, celebra-se o Dia das Mães. E talvez, na fotografia, essa data mereça mais do que flores e retratos ensaiados. Merece também um olhar atento e sensível para quem, tantas vezes, esteve por trás da câmera. Seja registrando a infância, os aniversários, os dias comuns. E para quem, nos bastidores e na linha de frente, faz o mercado girar.
Em algum ponto entre o clique e o silêncio, há sempre uma mãe guardando memórias que talvez nem ela apareça. A democratização da fotografia deu às mães o poder de registrar... e, em parte, de se registrar. Mas ainda hoje, muitas estão ausentes nos álbuns. Elas fotografam, mas não se incluem. Elas organizam, produzem e cuidam, mas nem sempre são vistas.
Ao lado dessa ausência simbólica, há outra realidade pouco discutida: a das mães fotógrafas. Mulheres que empreendem na fotografia e, ao mesmo tempo, precisam equilibrar a maternidade com as demandas do negócio. Muitas atuam aos fins de semana, clicando aniversários, batizados, casamentos e eventos de outras famílias. Vale lembrar que na maior parte das vezes fazem isso enquanto as próprias ficam em segundo plano. Vivem a vida dos clientes, retratam momentos únicos de outras mães, mas nem sempre têm tempo de registrar (ou viver) os seus.
Essa rotina, que mistura vocação, arte, afeto e cansaço, raramente ganha espaço nas discussões sobre fotografia. Mas é urgente reconhecer: muitas mulheres só entraram na profissão após se tornarem mães (tanto aqui quanto lá fora). A maternidade, para muitas, foi porta de entrada para um novo olhar e também para um desafio diário de conciliar agendas, criatividade e cuidados.

Além disso, é preciso destacar o outro lado da moeda: o mercado da fotografia, especialmente o da memória afetiva, gira em grande parte pelo desejo, organização e decisão das mães. São elas que planejam os ensaios, escolhem os fotógrafos, contratam para registrar os ciclos da vida: gravidez, parto, aniversários, formaturas, casamentos. Em muitos casos, são também as responsáveis por imprimir, emoldurar, guardar. O dedo de uma mãe está em boa parte do que a fotografia profissional movimenta.

Foi pensando em tudo isso que reuni três histórias que inspiram e provocam. Três abordagens diferentes sobre mães e fotografia. Seja como personagens, como musas, ou como empreendedoras da imagem e da memória.
1. Quando a mãe está, mas não aparece
Na coluna “Por trás da câmera, uma mãe”, a jornalista Jaine Vergopolem resgata desde a prática vitoriana da hidden mother photography — em que mães eram cobertas por panos para acalmar crianças nas fotos — até os dados que mostram que mulheres registram muito mais, mas aparecem menos. Um texto sensível que nos convida a inverter essa lógica e incluir as mães nos registros.→ Leia a coluna completa aqui
2. Recriando as memórias da mãe, 30 anos depois
A fotógrafa britânica Rosie Lugg decidiu refazer as fotos de viagem da mãe, feitas nos anos 1990 com uma câmera analógica. O projeto, além de visualmente encantador, é um gesto poderoso de reconexão e homenagem.→ Leia a reportagem da CNN aqui
3. Mães de pets também têm seu espaço
O fotógrafo canadense Jack Jackson criou uma campanha para homenagear mulheres e seus cães, com sessões gratuitas e acolhimento. Um lembrete de que há muitas formas de maternidade. E todas merecem reconhecimento.→ Leia mais sobre o projeto aqui

Neste mês de maio, talvez o gesto mais bonito seja esse: lembrar que mães não são apenas parte da fotografia, mas que na verdade muitas vezes, elas são a fotografia. Pois elas estão por trás da lente, no centro da decisão de compra, no cuidado com os registros e no desafio de equilibrar tudo isso com a própria vida.
Se você é fotógrafa e sente que sua trajetória também passa por essa mistura de arte, maternidade e empreendedorismo, a comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto pode ser um espaço para você crescer, se reconhecer e trocar com outras que vivem algo parecido.→ Conheça a comunidade aqui
Feliz Dia das Mães, para quem está nos retratos e, principalmente, para quem esteve em todos eles, mesmo quando não aparece.
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