O que está em alta na fotografia: lançamentos, prêmios e novas experiências visuais
- Leo Saldanha

- 23 de out.
- 3 min de leitura
Da Fujifilm no Porto à fotografia surrealista e ambiental, um panorama direto sobre o presente da imagem

O universo da imagem segue em ebulição, entre avanços técnicos, narrativas surpreendentes e uma nova consciência sobre o papel da fotografia no mundo contemporâneo. A Dpreview publicou seu tradicional guia das melhores câmeras mirrorless de 2025, um panorama que mostra como o mercado se consolida entre praticidade e performance.


No mesmo compasso, a nova Fujifilm XC 13–33mm f/3.5–6.3 OIS chega como lente versátil e leve, reforçando o compromisso da marca com fotógrafos que buscam equilíbrio entre qualidade e portabilidade. A empresa também apresentou a Fujifilm X-T30 III, atualização elegante de uma câmera que une agilidade e cores icônicas, consolidando a estética de uma geração visualmente exigente.

Enquanto isso, a Fujifilm abriu no Porto a primeira House of Photography de Portugal, um espaço de experiências, exposições e aprendizado. A iniciativa simboliza a força das marcas que transformam o ato de fotografar em uma vivência cultural e não apenas em um produto. No mesmo espírito de design funcional e estética refinada, a Peak Design apresentou suas novas Form Straps e Field Plate, acessórios minimalistas que combinam ergonomia e elegância para quem vive com a câmera nas mãos.

Entre o poético e o curioso, a Nikon anunciou os finalistas do Comedy Wildlife Awards 2025, concurso que une humor e consciência ambiental em imagens improváveis, lembrando que rir também é uma forma de preservar. A natureza também inspirou um dos registros mais comentados da semana, a história por trás da imagem inédita da batalha entre uma onça e uma sucuri, um retrato quase hipnótico da força e do mistério da vida selvagem brasileira.

Outras narrativas visuais chamam atenção pela densidade artística. Uma série fotográfica que mistura retrato e pintura foi descrita como “surrealista e emocional”, mostrando como a fronteira entre arte e realidade se dissolve em imagens que parecem flutuar entre tempos. Essa busca pelo tangível também se reflete na Lomography, que reafirma seu espírito analógico com a nova câmera 35mm totalmente manual, lembrando que o toque humano ainda é insubstituível.
Nos concursos internacionais, artistas concorrem a prêmios milionários com obras que desafiam e provocam. A série Photography Has the Power to Confront and Question destaca nomes que estão usando a fotografia para enfrentar temas sociais e éticos, mostrando que o olhar crítico segue essencial. Uma das séries vencedoras do ano, avaliada em 40 mil euros, foi feita com um combo de DSLR e mirrorless, provando que tecnologia e sensibilidade podem coexistir e que o equipamento importa menos que o propósito.
No campo da reflexão cultural, o New Yorker discutiu o papel da arte na era da inteligência artificial, questionando se a criatividade humana está sendo substituída ou expandida. É uma discussão que ecoa diretamente nas iniciativas que vêm sendo promovidas na comunidade Fotograf.IA, onde a fotografia é vista como ponte entre o humano e o tecnológico, não como fronteira.

As histórias pessoais também continuam a emocionar. O lendário guitarrista David Gilmour anunciou o livro fotográfico Luck and Strange, reunindo memórias visuais de uma vida marcada por som, imagem e introspecção. Já no Brasil, famílias viveram a magia do Natal em ensaios fotográficos, um lembrete doce de que a fotografia ainda é, acima de tudo, uma forma de celebrar o amor e o tempo. E, em Santos, uma exposição gratuita de um fotógrafo premiado reforça o acesso democrático à arte, um gesto político e poético em igual medida.

A Canon alcançou uma marca histórica com 170 milhões de lentes EOS produzidas, número que simboliza não apenas sucesso industrial, mas a presença quase planetária da fotografia na vida moderna. E entre as curiosidades editoriais, vale destacar dois conteúdos recentes que repercutiram fortemente entre fotógrafos brasileiros: Testei o Comet, o navegador com IA que muda a forma de pesquisar, criar e decidir e Mentoria personalizada leva inteligência artificial para o dia a dia dos fotógrafos, que mostram na prática como a integração entre criatividade e tecnologia já está redefinindo o fazer fotográfico.
Diante desse cenário, o que se vê é uma fotografia viva, atravessada por contradições, mas pulsante. De um lado, a tradição das lentes e das câmeras que resistem ao tempo; de outro, a urgência de pensar o que vem a seguir, quando o próprio ato de criar se torna compartilhado entre humanos e máquinas.
Para aprofundar essa conversa e entender o que vem pela frente, leia O Futuro da Fotografia – um movimento da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto, um convite para refletir sobre o que realmente muda e o que permanece essencial em um mundo cada vez mais híbrido, sensível e conectado pela imagem.



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