O que estou lendo: A fotografia que não foi feita (e virou caso de Justiça)
- Leo Saldanha
- 16 de abr.
- 2 min de leitura
Caso em São Paulo destaca o valor simbólico da fotografia e os riscos de falhas em registros afetivos essenciais

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No universo da fotografia profissional, cada clique carrega uma responsabilidade que vai muito além da técnica. Uma decisão recente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reforça esse princípio. Algo que serve como alerta e reflexão para fotógrafos(as) que atuam em momentos de alto valor simbólico e emocional, como casamentos.
Segundo a matéria publicada originalmente pela Conjur (link aqui), a 32ª Câmara de Direito Privado manteve a condenação de um fotógrafo por não registrar a avó da noiva, que participou da cerimônia levando as alianças. A ausência da imagem em questão resultou em indenizações por danos morais e materiais, fixadas em R$ 3 mil e R$ 530, respectivamente.
O juiz considerou que, embora o restante do trabalho tenha sido entregue — incluindo filmagem, pré-wedding e um volume significativo de fotos, a falha específica justificava compensação. O detalhe que faltou fez diferença. E muito.
O que essa decisão nos ensina?
No campo da fotografia social, não se trata apenas de capturar cenas bonitas. Trata-se de narrar histórias, preservar memórias e, sobretudo, compreender o que é inegociável para quem está diante da lente.
A figura da avó carregava simbolismo, emoção e importância para os noivos. Não tê-la registrada foi sentido como uma lacuna irreparável. O tribunal entendeu que o trabalho, embora tecnicamente entregue, falhou em um ponto essencial: o olhar atento para o que realmente importa para o cliente.
Esse episódio reforça o valor de algo que muitas vezes esquecemos em meio à rotina e à pressão por produtividade: a escuta ativa, o briefing bem feito e o olhar humano.
Para refletir (e aplicar)
Você sabe, de fato, quais imagens são prioritárias para seu cliente?
Existe um espaço real de diálogo antes da sessão?
Seu fluxo de trabalho contempla revisões, listas de registros e validações?
Essa não é apenas uma história sobre um erro. É sobre a essência do ofício fotográfico: transformar instantes em eternidade, mas sem esquecer que, para quem contrata, algumas imagens não são apenas esperadas, são indispensáveis.
📌 Leitura original da notícia: Conjur – Fotógrafo não tira foto de avó em casamento, e casal será indenizado
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