Como o Nano Banana Pro pode mudar o trabalho de quem vive da fotografia, segundo o CEO do Google, Sundar Pichai
- Leo Saldanha

- há 23 horas
- 4 min de leitura
Declarações do CEO do Google sobre o Nano Banana Pro reforçam uma mudança cultural que já está sendo sentida por fotógrafos e criadores: a passagem do técnico para o expressivo, tema central da mentoria coletiva de ontem.

Em uma entrevista recente sobre o lançamento do Gemini 3 e do Nano Banana Pro, Sundar Pichai chamou atenção para algo que vai além da tecnologia. Ao comentar o novo modelo de criação e edição de imagens, ele afirmou que a ferramenta revela “o quanto de criatividade latente existe no mundo”.

É uma frase simples, mas que abre uma discussão importante para quem vive da imagem.
Segundo Pichai, durante anos fomos “limitados pelas ferramentas disponíveis”. Agora, a distância entre o que a pessoa imagina e o que ela consegue produzir está diminuindo. Ferramentas como Nano Banana Pro prometem aproximar ideia e execução, com menos atrito e mais liberdade.
Essa visão conversa diretamente com tendências que já aparecem no mercado brasileiro: mais gente criando, mais velocidade, mais formatos e um número crescente de profissionais que deixam de se definir apenas como fotógrafos para abraçar um papel mais amplo na criação visual.

Por que isso importa para quem trabalha com fotografia
A fala de Pichai sugere que a tecnologia não está apenas oferecendo novos recursos técnicos. Ela está alterando o próprio ecossistema da criação.
Três pontos chamam atenção:
1. O aumento do número de criadores
Ferramentas acessíveis aceleram a entrada de novos atores no mercado, nem sempre com formação técnica tradicional. Isso aumenta a disputa por atenção e por espaço.
2. A fusão entre áreas visuais
Foto, vídeo, design, animação e IA deixam de ser departamentos separados. Tudo se mistura, e isso já pressiona profissionais que atuam em mais de um formato.
3. A volta da narrativa como centro de valor
Se a técnica fica mais acessível, o diferencial volta a ser visão, consistência e capacidade de contar uma história que faça sentido.
É exatamente o movimento observado na pesquisa e no debate da mentoria coletiva de ontem: menos peso no rótulo “fotógrafo” e mais foco no papel que cada profissional ocupa no ecossistema visual.
O que Pichai quer dizer com “criatividade latente”
Criatividade latente é a criatividade que existe, mas ainda não encontrou uma ferramenta capaz de tirá-la da cabeça da pessoa e colocá-la no mundo.
Durante décadas, fotógrafos aprenderam técnicas, dominaram câmeras, lentes, luz, direção e pós-produção. Era um caminho que exigia:
• tempo
• prática
• investimento
• especialização
A curva de aprendizado era, na prática, uma barreira.
E essa barreira definia o mercado.
A visão de Pichai é que a barreira cultural da criação está ruindo e rápido.
Segundo ele, ferramentas como Nano Banana Pro estão:
• reduzindo o atrito entre ideia e execução
• ampliando drasticamente o número de pessoas capazes de criar imagens complexas
• entregando “fidelidade de pensamento”. Ou seja, imagens mais próximas do que a pessoa imaginou.
É uma mudança estrutural.
O que isso significa para fotógrafos e criadores profissionais

Quando CEOs falam assim, não estão descrevendo apenas um produto.
Estão descrevendo uma direção estratégica para a cultura visual global.
Há três leituras importantes para quem vive da imagem:
1. O volume de criadores vai aumentar muito
E boa parte deles não terá passado pelo caminho tradicional de formação técnica.Isso significa:
• mais concorrência na base
• mais conteúdo no mercado
• mais pressão por velocidade
2. A linha entre fotografia, arte e design está ficando borrada
Se a ferramenta executa (e bem) aquilo que está na mente do criador, a distinção entre disciplinas visuais fica cada vez mais fluida.
O fotógrafo híbrido deixa de ser tendência e vira padrão.
3. O valor real estará na visão, não no instrumento
Se a barreira técnica cai, o diferencial volta a ser:
• narrativa
• coerência estética
• assinatura visual
• direção
• sensibilidade humana
• consistência de marca
Ou seja: a fotografia continua viva, mas a técnica, sozinha, não sustenta mais um negócio.

A contradição que move o mercado
Enquanto modelos como Nano Banana Pro democratizam a criação, cresce também a busca por:
• autenticidade
• visual imperfeito
• experiências reais
• histórias humanas
A tecnologia acelera…a demanda por humanidade aumenta no mesmo ritmo.
Para fotógrafos, isso abre um espaço importante:
“A ferramenta é acessível a todos, mas a sensibilidade não.”
Veja também >>> A morte da "geração aleatória" e o nascimento do estúdio híbrido: O que o Nano Banana Pro realmente muda na fotografia


Por que isso importa agora
A fala de Pichai não é sobre uma API ou um modelo novo.
É uma visão estratégica para 2025–2026 e afeta:
• posicionamento
• precificação
• branding
• produto
• velocidade de entrega
• expectativa dos clientes
• presença digital
• diferenciação
Criadores que continuarem focados apenas em entregar fotos irão competir com um oceano de imagens “boas o suficiente”.
Criadores que focarem em visão, narrativa, direção, experiência e consistência estética continuarão relevantes e valorizados.
O que Pichai descreve como “criatividade latente” apareceu com força na mentoria de ontem. O grupo discutiu justamente a transição para o profissional híbrido, a pressão por velocidade e a necessidade urgente de proteger o que torna cada trabalho único.
Há ferramentas cada vez mais poderosas, mas o desafio continua sendo o mesmo: dar forma a uma visão própria em meio ao excesso de estímulo, possibilidades e atalhos.
Para quem vive da imagem, isso exige menos ansiedade e mais direção.
Menos acúmulo de técnicas e mais clareza de identidade.
Menos corrida por ferramentas e mais consciência do que faz o seu trabalho ser lembrado.
A tecnologia abre portas.
A escolha de como atravessá-las continua sendo humana.
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