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Aos mestres com carinho: A arte de ensinar fotografia em tempos de mudança constante

Entre a tradição e a velocidade: reflexões no Dia do Professor

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Há quem diga que todo fotógrafo, em algum momento, também se torna professor. Ensinar é quase inevitável quando se vive da imagem, porque a fotografia, antes de ser técnica, é uma forma de enxergar. E ensinar alguém a ver é talvez o maior dos desafios.


Neste Dia do Professor, vale refletir sobre como o ensino da fotografia se transformou. O que antes dependia de anos de prática, paciência e domínio de laboratório, hoje pode começar com um vídeo curto no TikTok, um curso online ou até mesmo uma conversa com uma inteligência artificial. O acesso se democratizou. O tempo, encurtou. Mas será que aprender ficou mais fácil ou apenas mais rápido? Essa rapidez tem profundidade? Frente aos desafios do mercado estamos preparando profissionais capazes de fato ao que vem por aí? Como professor que sou, deixo mais perguntas do que respostas.


De um lado, permanecem os mestres da observação: professores que acreditam que o verdadeiro olhar nasce da repetição, do erro, do silêncio e da escuta atenta da luz (e do estudo com rigor). Do outro, surgem os educadores da velocidade: criadores de conteúdo, mentores digitais e plataformas que tornam o aprendizado mais acessível, imediato e interativo. Ambos têm seu valor. O problema é quando se esquece que técnica sem reflexão vira apenas gesto mecânico; e inspiração sem base técnica se dissipa como um flash.


A julgar do que vejo por aí com as escolas e universidades, me parece que o ensino tradicional não parece acompanhar o ritmo alucinante das transformações.


Contudo, a base do ensino segue primordial. Ensinar a escrever com a luz é clássico, já as ferramentas...


O equilíbrio talvez esteja no meio do caminho: unir a profundidade do ensino clássico com a agilidade e o dinamismo das novas ferramentas. O professor de hoje pode estar em sala, em vídeo ou em uma IA conversacional. O que define sua relevância não é o formato, mas a capacidade de despertar o senso crítico, o olhar próprio e o desejo de seguir aprendendo... todos os dias. O que não dá é para o professor não entender sua responsabilidade ao ensino que promove...e dos reflexos disso na carreiras dos alunos.


Uma coisa me parece quase certa... em um mundo onde a tecnologia ensina quase tudo, o papel do professor não desaparece. Ele se transforma. E mais do que nunca, torna-se essencial para lembrar que ver com atenção ainda é um ato de humanidade.


A fotografia muda, as ferramentas evoluem, mas o aprendizado continua sendo o elo que conecta gerações. Que o Dia do Professor nos lembre que, por trás de cada imagem bem feita, existe sempre alguém que, um dia, ensinou a olhar.


A gente não aprende a andar de bicicleta com um professor (se bem que tem curso disso). A gente aprende fazendo, caindo e na prática e persistência. Os mestres nos conduzem e mostram como fazer isso da melhor forma possível. Ao mestre com carinho: seja com IA, com filme fotográfico ou com a mirrorless. Viva a educação e com a certeza de quem vive fotografia vai ter que estudar sempre.



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