A inteligência artificial entre o barulho e o silêncio
- Leo Saldanha

- 8 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 9 de set.
O que se diz demais e o que quase ninguém percebe sobre o futuro da imagem

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Há quem diga que a inteligência artificial está no auge do hype. Manchetes apocalípticas, debates inflamados, previsões de fim de profissões. Mas o contraponto mais interessante vem de Eric Schmidt, ex-CEO do Google, que alertou num TED Talk que a revolução da IA está, na verdade, subestimada (“underhyped”), porque muitos enxergam apenas o que se vê, como o ChatGPT, e ignoram o potencial transformador real.
O curioso é que essas duas narrativas convivem. De um lado, a supervalorização que pinta a IA como entidade autônoma prestes a tomar o lugar dos humanos. Do outro, a subvalorização que ignora o quanto ela já se tornou infraestrutura invisível, presente em cada ajuste de cor no celular, em cada filtro de ruído aplicado sem alarde. O hype grita. O underhype passa quase despercebido.
Na fotografia, isso se revela com clareza. O discurso exagerado aposta na substituição total: “em poucos anos, fotógrafos serão obsoletos”. Mas a realidade é mais sutil. A IA já está embutida em softwares que corrigem pele, equilibram luz, reduzem imperfeições. Ninguém anuncia isso como revolução, mas o impacto é enorme. O que antes demandava horas de pós-produção agora acontece em segundos, e quase ninguém chama pelo nome: inteligência artificial.
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Do outro lado, também há ilusões. A crença de que a IA cria sozinha, como se fosse artista autônoma. O mito de que é neutra, quando na verdade carrega vieses do mundo em que foi treinada. A fantasia de que vai eliminar o trabalho humano, quando, na prática, reconfigura funções, exige curadoria, narrativa e direção criativa. E ainda a ideia de que é previsível, estável, quando, na verdade, muda de forma acelerada, transformando brincadeiras de hoje em ferramentas indispensáveis de amanhã.

Há, porém, pontos que permanecem quase ocultos. Quem realmente se beneficia dessa infraestrutura silenciosa? As grandes corporações que a constroem e a controlam, ou os criadores que a utilizam no dia a dia? A democratização de ferramentas avançadas convive com a centralização tecnológica em poucas mãos. É um paradoxo: ao mesmo tempo em que a IA abre possibilidades criativas para milhões, concentra poder econômico e cultural em gigantes que definem padrões estéticos e técnicos de forma quase invisível.
Outro aspecto é o tempo. A transição da fotografia analógica para o digital levou décadas, com espaço para adaptação e resistência. A IA, em contraste, avança em ciclos muito mais curtos. O que hoje parece novidade já nasce com data de obsolescência. Essa aceleração impõe desafios não apenas técnicos, mas também sociais: como acompanhar um ritmo que transforma continuamente as regras do jogo?

E há ainda a relação entre o barulho e o silêncio. O hype, com suas promessas grandiosas ou apocalípticas, serve de combustível para investimentos bilionários, atrai talentos e cria uma aceitação cultural que legitima a rápida incorporação dessas tecnologias. O barulho não é apenas paralelo ao silêncio. Ele o alimenta. Enquanto a atenção se volta para previsões espetaculares, a integração silenciosa se consolida sem tanto escrutínio.

No fim, talvez o maior equívoco seja acreditar que a discussão se resume a extremos. Hype ou underhype. Exagero ou descaso. A verdade está no meio: a IA é superestimada no discurso da substituição total e subestimada no impacto estrutural, cotidiano e invisível. O barulho esconde o silêncio, e é nesse silêncio que a transformação mais profunda acontece.
A fotografia já viveu isso antes. O que parecia curiosidade virou linguagem universal. Agora, o que parece exagero ou moda pode ser, na verdade, o início de uma nova infraestrutura cultural. A questão não é apenas como cada um escolhe lidar com ela, mas também como, coletivamente, vamos enfrentar as implicações econômicas, políticas e éticas de uma tecnologia que se move tão rápido quanto a luz que tentamos capturar.
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