Leica Q3 Monochrom: a nova geração da câmera full frame dedicada ao preto e branco
- Leo Saldanha

- há 1 dia
- 4 min de leitura
A Leica apresentou a Q3 Monochrom, versão em preto e branco da sua câmera full frame de 61 MP com lente fixa de 28 mm. O modelo chega ao mercado com atualizações de sensor, interface, gravação de vídeo e aprimoramentos de processamento, reforçando a posição da marca no segmento de nichos premium.

A Leica Q3 Monochrom mantém a proposta central da linha: um corpo compacto, construção de alto nível e um sensor sem filtro de cor, pensado para quem fotografa exclusivamente em preto e branco. O lançamento amplia a família Monochrom, que se tornou referência entre fotógrafos que buscam máxima pureza tonal, definição e textura.
O que é a Leica Q3 Monochrom
A nova câmera utiliza o sensor BSI CMOS de 61 MP já visto na Q3 colorida, combinado ao processador Maestro IV. A ausência do filtro de cor permite capturar mais luz por pixel e entregar maior nitidez nativa, já que não há interpolação de cores. Esse tipo de sensor também tende a produzir menos ruído e melhor gradação tonal em cenários de pouca luz.

A Q3 Monochrom traz ainda:
• JPEGs e RAWs com opções reduzidas de 36 MP e 18 MP
• Lente fixa Summilux 28mm f/1.7
• EVF OLED de 5.76 milhões de pontos
• Tela traseira articulada de 1.84 milhão de pontos
• Vídeo 8K (UHD e DCI) até 30p em H.265
• ProRes 422HQ em 1080p
• Modo de controle de perspectiva assistido por IA
• Vedação IP52
• Wi-Fi e Bluetooth
• Compatibilidade com Content Credentials (CAI)
O preço recomendado nos Estados Unidos é de US$ 7.790.
Interface atualizada
A Q3 Monochrom adota a nova interface utilizada nas câmeras SL3, que separa funções de foto e vídeo em painéis distintos. A navegação é feita por toques e gestos, e todos os ícones foram redesenhados pela Leica. A mesma atualização será disponibilizada como firmware para a Q3 colorida.

A proposta de um sensor monocromático
Câmeras sem filtro de cor sempre despertam interesse de fotógrafos especializados. A ausência do mosaico Bayer evita o processo de demosaicing, preservando nitidez e detalhes finos. Como não há perda de luz pelo filtro, o alcance tonal tende a ser maior e o ruído, menor.
Por outro lado, essa escolha elimina a “margem de segurança” comum em sensores coloridos. Em câmeras tradicionais, canais diferentes saturam em momentos distintos, permitindo recuperar informações de brilho acima do limite aparente. No sensor monocromático, quando a área estoura, a perda é total. Para quem fotografa em preto e branco, isso exige domínio ainda maior de exposição.

Como a Q3 Monochrom se posiciona no mercado
Durante anos, a Leica foi a única fabricante a produzir câmeras dedicadas ao preto e branco. Hoje, o segmento começa a crescer com modelos como a Pentax K-3 III Monochrome e a futura Ricoh GR IV Monochrome. A comparação ilustra bem o lugar exclusivo que a Q3 Monochrom ocupa.
A Leica oferece o maior sensor, a maior resolução, a lente mais luminosa e o conjunto de vídeo mais avançado do segmento. A GR IV, por outro lado, deve ser muito mais acessível e compacta, aproximando mais fotógrafos da experiência monocromática digital.
Com lente f/1.7, sensor full frame e 61 MP, a Q3 Monochrom segue praticamente sem concorrentes diretas.

Corpo e operação
O corpo é idêntico ao da Q3 colorida, com construção sólida, vedação IP52 e a ergonomia característica da linha. A câmera utiliza anel de abertura físico, dial de velocidade dedicado e um terceiro comando personalizável.
O anel macro permite foco mínimo de 17 cm, e o anel de foco eletrônico oferece resposta linear e escala marcada, simulando a sensação de um anel mecânico.
A bateria BP-SCL6 oferece autonomia nominal de 350 fotos e pode ser carregada via USB-C.

Primeiras impressões e uso prático
A Q3 Monochrom é voltada para um público específico, composto por fotógrafos que valorizam disciplina visual, textura e o caráter documental da imagem em preto e branco. O sensor sem filtro força a observar luz e sombra com mais cuidado, já que cenas coloridas podem perder relevância quando convertidas à escala de cinza.
O apelo da câmera está mais na experiência criativa do que na versatilidade. É uma ferramenta de especialização, não de generalismo. Ao mesmo tempo, seu uso revela uma percepção diferente da fotografia cotidiana, já que a impossibilidade de registrar cor altera o modo de observar o ambiente.

A Leica Q3 Monochrom reforça o compromisso da marca com nichos altamente específicos, mantendo uma linha de produtos construída em torno de identidade, tradição e valor estético. Não é uma câmera para todos e tampouco busca ser. Seu impacto está no refinamento técnico e no estímulo criativo que oferece a um público que valoriza a fotografia monocromática como linguagem.

O lançamento também indica que o segmento de câmeras dedicadas ao preto e branco ganha fôlego, aproximando marcas como Pentax e Ricoh e ampliando as opções para quem deseja explorar essa vertente da fotografia digital.
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