As melhores mirrorless de 2025, a força do fotojornalismo e a busca por sentido na era da IA
- Leo Saldanha

- há 7 dias
- 3 min de leitura
Entre inovações técnicas e resgates de propósito, o universo da imagem segue se reinventando em 2025

O mundo da fotografia vive um momento de contraste fascinante. Enquanto as câmeras mirrorless atingem níveis de excelência técnica impressionantes, o campo humanista e reflexivo da imagem volta a ganhar força: seja em festivais, ensaios autorais ou no próprio fotojornalismo. Nesta edição, um panorama do que move o presente da fotografia.
Tecnologia: da precisão à imperfeição desejada

A Digital Camera World publicou sua lista atualizada com as melhores câmeras mirrorless de 2025, mostrando a amplitude do mercado: de uma modesta câmera de 24,5 megapixels voltada a iniciantes até modelos de médio formato com mais de 100 megapixels.
Mais do que números, o destaque está na capacidade das novas câmeras de traduzir a intenção criativa do fotógrafo, com sistemas inteligentes de foco e cor. É o reflexo de uma era em que a IA começa a moldar a própria estética da imagem.
Entre as novidades técnicas, a DPReview destacou o novo firmware 3.0 da Nikon Zf, que adiciona grão e textura simulando filmes analógicos. O movimento é simbólico: quanto mais avançam as câmeras digitais, mais cresce o desejo de reconectar-se à imperfeição orgânica da película.

A Amateur Photographer revisita o início da fotografia digital, lembrando como as primeiras câmeras eram caras, limitadas e ao mesmo tempo revolucionárias. A matéria mostra que o progresso fotográfico é feito de tentativas, fracassos e reinvenção: e que o olhar humano segue sendo o verdadeiro motor da inovação.
Humanismo e olhar: o valor do real

Na Carta Campinas, o Festival Hercule Florence homenageia Sebastião Salgado e recoloca a fotografia humanista no centro do debate cultural. O evento reafirma o poder da imagem como testemunho e memória em tempos em que a tecnologia desafia o olhar humano.

Essa reflexão ecoa na Folha de S.Paulo, onde o fotojornalista Lalo de Almeida observa que a IA, paradoxalmente, impulsiona o fotojornalismo. Diante da avalanche de imagens sintéticas, o público volta a valorizar o imperfeito, o espontâneo, o que carrega verdade.
A UEPG reforça essa linha nostálgica e afetiva ao lembrar o egresso Emildo Coutinho e sua trajetória na fotografia em preto e branco. O texto resgata o poder da imagem como elo entre passado e presente, em contraste com a frieza das tecnologias automatizadas.

No campo autoral, o site Independent Photo mantém abertas as submissões de novos trabalhos, estimulando a produção fotográfica independente em escala global. A curadoria internacional segue como um espaço de descoberta e reconhecimento genuíno da linguagem fotográfica.
Já a My Modern Met destaca o trabalho de Samantha, fotógrafa que transformou o cão Afghan Hound em um símbolo de elegância. O resultado é uma combinação entre moda e humor, provando que a leveza também pode ser arte.

A Design Taxi amplia o diálogo entre arte e luxo ao mostrar a homenagem da Piaget a Andy Warhol com um relógio em edição limitada feito como um mosaico de pedras preciosas. Um tributo que reafirma a fusão entre tempo, estética e memória: pilares também da fotografia.
IA e futuro: o novo território da imagem

A Wired propõe uma leitura crítica sobre o uso da inteligência artificial. O texto alerta para o “período preguiçoso da IA”, em que automações genéricas começam a substituir o pensamento criativo. Uma reflexão que ultrapassa o mercado imobiliário e ecoa no campo fotográfico, onde a linha entre eficiência e repetição se torna tênue.
O site This is Colossal apresenta o trabalho da artista Karen Jerzyk, cujas imagens etéreas de “fantasmas” exploram a fronteira entre o sonho e o real. Sua estética traduz bem o espírito híbrido da fotografia contemporânea: emocional, imperfeita e quase sobrenatural.

No universo da criação com IA, o blog destaca três movimentos simultâneos. O primeiro é o Luminar Neo, software que entende luz, cor e intenção ao editar imagens. O segundo, “O Futuro da Fotografia”, propõe uma visão comunitária e colaborativa da transformação do setor. E o terceiro, “C.A.O.S. Fotográfico”, encara o presente como um turbilhão criativo de ruptura e reconstrução.

Fechando o ciclo, “O Futuro da Fotografia Está Acontecendo Agora” reforça a urgência de adaptação: não apenas tecnológica, mas mental. Já em “Comet: o navegador com IA que organiza, automatiza e amplia a produtividade de fotógrafos”, vemos como a IA começa a se integrar às rotinas profissionais de forma prática, liberando tempo e foco para a criação.
Entre o real e o reinventado
O retrato que emerge dessa seleção é claro. A fotografia de 2025 é, ao mesmo tempo, técnica e sensível, analógica e digital, humana e artificial. A questão não é mais escolher um lado, mas aprender a coexistir: com propósito, curiosidade e autoria.
Explore mais
Quer acompanhar as análises completas e os bastidores dessas transformações? Explore os conteúdos exclusivos da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto e participe do movimento que está redesenhando o futuro da fotografia.




Comentários