Fotografia lida com emoção, vaidade, memória e status. Então qual a razão de tantos fotógrafos(as) de tantas áreas insistirem em estratégias racionais no marketing da fotografia?
Essa eu li em uma matéria recente da Forbes. O artigo pede para encararmos os fatos e mostro aqui de forma completa tudo o que é abordado pelo texto:
"Não somos racionais e não somos lógicos. Somos criaturas emocionais e é essa emoção que impulsiona nosso comportamento e decisões.
Como consumidores, gostaríamos muito de acreditar que tomamos decisões de compra com base em pensamento racional e análise lógica das opções disponíveis que justificam nossa compra como a compra “certa”. Além disso, a decisão de fazer essa compra é 100% por nossa própria vontade. Certo?".
No entanto, a verdade é que somos muito mais influenciados por nossas emoções do que podemos perceber e muito mais do que confessaríamos. Quanto peso a emoção tem em nossa tomada de decisão exatamente?
O psicólogo Daniel Kahneman recebeu um Prêmio Nobel por “unir economia e psicologia” em 2002. Ele é mais conhecido por seu trabalho na formação da “teoria prospectiva”, também conhecida como “aversão à perda”; simplesmente colocado, “quanto mais emocional o evento é, menos sensatas as pessoas são”.
Além disso, um estudo intitulado “Emoção e Tomada de Decisão” por pesquisadores de Harvard e Carnegie Mellon no campo da ciência afetiva revelou que as emoções são “potentes, pervasivas, previsíveis […] impulsionadores da tomada de decisão”. Além disso, muitas vezes compramos coisas não para que possamos simplesmente desfrutar ou usar aquele produto; em vez disso, fazemos essa compra para dizer ao mundo algo sobre nós mesmos.
O fato é devemos entender a importância de reconhecer o papel central que as emoções desempenham nos processos de tomada de decisão dos clientes. Ao entender os motivadores emocionais que impulsionam seu público-alvo, você pode adaptar sua estratégia de marketing para criar uma conexão emocional poderosa que ressoa com seus valores e aspirações. Seja por meio de mensagens de marca, storytelling ou personalização orientada por dados, o marketing eficaz requer uma compreensão profunda do cenário emocional de seus clientes.
E existe ainda o sinal emocional no comportamento do consumidor e o papel da de uma jornada de escolha nas decisões orientadas pela emoção.
Para entender melhor isso: na cultura do consumidor de hoje, os produtos que compramos muitas vezes servem como uma forma de sinalização social, comunicando quem somos e a que grupos pertencemos. Em seu livro Spent: Sexo, Evolução e Comportamento do Consumidor, o psicólogo evolucionista Geoffrey Miller explora os fatores ocultos que impulsionam nossas escolhas de consumo, mostrando como nossas decisões são moldadas por nossos desejos biológicos e pela necessidade de validação social. Desde os carros que dirigimos até as roupas que vestimos, cada produto que compramos envia uma mensagem para aqueles ao nosso redor sobre nosso status e potencial como parceiros e amigos. Ao entender o poder do comportamento de sinalização, as empresas podem criar campanhas de marketing que ressoam com os desejos de conexão social e pertencimento de seus clientes.”
Logo, o papel da arquitetura de escolha nas decisões são orientadas pela emoção. Quando tomamos decisões, as emoções desempenham um papel muito mais significativo do que percebemos. Não se trata apenas do que parece lógico ou racional. Somos influenciados por nossos sentimentos e pelos sinais emocionais que recebemos do ambiente ao nosso redor. Mas aqui está o problema: às vezes nossas emoções podem atrapalhar a tomada da decisão correta.
Pense nisso: quantas vezes você fez uma compra ou tomou uma decisão com base em como se sentiu naquele momento, apenas para se arrepender mais tarde? É aqui que entra o conceito de arquitetura de escolha. Ao projetar cuidadosamente o ambiente de tomada de decisão, as empresas podem ajudar a orientar os clientes para escolhas que estejam alinhadas com seus objetivos e valores.
Uma das maneiras de fazer isso é usar pistas visuais para destacar as características ou benefícios de um produto que são mais relevantes para o cliente. Isso pode ajudar os clientes a tomar uma decisão mais informada, em vez de serem influenciados por pistas superficiais ou emocionais.
Outro método de arquitetura de escolha é apresentar opções em uma ordem específica, conhecida como “priming”. Essa abordagem envolve apresentar as características ou benefícios mais importantes de um produto logo no início do processo de tomada de decisão. Ao fazer isso, as empresas podem aumentar a probabilidade de que os clientes tomem uma decisão que esteja alinhada com seus objetivos e valores verdadeiros.
A arquitetura de escolha não se trata de manipular os clientes ou tirar sua liberdade de escolha. Em vez disso, trata-se de criar um ambiente que apoie os clientes na tomada de decisões que sejam adequadas para eles. Ao reduzir o impacto das influências emocionais indesejadas, as empresas podem criar uma experiência mais positiva e satisfatória para seus clientes, ao mesmo tempo em que aumentam a eficácia de suas estratégias de marketing e vendas.
Conclusão
Quando se trata de marketing, apelar para as emoções dos seus clientes é fundamental. Não basta simplesmente listar as características e benefícios do seu produto - você precisa criar uma conexão genuína com seu público. Ao entender o que motiva seus clientes e o que eles realmente desejam, você pode aproveitar suas emoções e criar um senso de ressonância que os tornará mais propensos a escolher sua marca.
As pessoas não compram apenas produtos - elas compram experiências, sentimentos e identidades. Ao destacar os benefícios emocionais do seu produto, você pode criar um senso de excitação, satisfação e pertencimento que fará com que seus clientes voltem sempre.
Não é fácil criar conexões emocionais com seus clientes, mas é essencial se você quiser construir uma marca bem-sucedida. Ao focar nos princípios fundamentais que governam a tomada de decisões, você pode criar campanhas de marketing que realmente ressoem com seu público e gerem lealdade a longo prazo. Portanto, dedique tempo para entender seus clientes em um nível mais profundo e faça conexões emocionais que os mantenham engajados e voltando sempre.
A fotografia é uma forma de arte que pode e deve ser usada para criar conexões emocionais com o público. E é fundamental não se deixar levar pelo lado racional na hora de lidar com o marketing da fotografia. A maior dica é: use o apelo emocional e não os aspectos racionais, pois fotografia lida com emoção, vaidade, memória e status. Pense nisso.
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