Leo Saldanha

4 de jul de 20224 min

Fotografia NFT: o que aprendi até agora

Um mercado com desafios e ao mesmo tempo promissor. Para mim está claro que essa tecnologia vai se desenvolver ainda mais daqui para frente

Alguns anos antes eu já falava de NFT sem saber, isso porque o blockchain estava na mídia internacional de tecnologia. Percebi naquele momento que o blockchain permitiria dar autenticidade mesmo para algo que fosse digital. E de lá para cá é isso que vem ocorrendo. Curiosamente, muitos colegas não veem da mesma forma. Talvez o problema seja a própria fotografia digital. Nos últimos 25 anos o JPEG e suas ramificações trouxe grandes transformações e na mesma linha vimos a queda no valor dos preços na fotografia. Não cabe claro, colocar isso só na conta do "digital", pois veio também com o forte avanço dos smartphones, das redes sociais. A fotografia se tornou uma moeda digital, mas sua cotação só fica em alta quando ligada com uma marca forte (um nome celebrado por exemplo) ou quando ela está lá como recurso (foto é critério importante na decisão de compra de um smartphone por exemplo).

O fato é que tudo que é digital tende a valer menos no tempo. Pelo menos era assim até a chegada de uma tecnologia que permite autenticar e gerar valor para ativos digitais. O NFT é basicamente isso e um pouco mais:

- É um ativo digital único que pode ser foto, vídeo, música e até combinado com obras físicas.

- Isso só é possível com a tecnologia blockchain que registra de forma descentralizada e garante a checagem e validação das obras. É a mesma estrutura que torna possível as criptomoedas.

O que percebi e aprendi no mergulho mais aprofundado sobre esse mercado, sobretudo na fotografia.


 
1 - É uma nova expressão e forma de fazer arte. Mais conectada com esses tempos fluídos e digitais e em tempo real que vivemos. Uma nova geração de talentos está surgindo na fotografia (ou sendo reconhecido a partir dessa nova fase) graças ao NFT.

2 - Permite criar de uma nova maneira, com um fluxo criativo distinto. Permite experimentações e vai bem nas questões que envolvem arte multimídia com vídeos e fotos misturados.

3 - Permite explorar sofisticadas colaborações e interações inusitadas tanto no virtual quando no presencial.

4 - Pede uma nova forma de fazer o marketing que está em constante evolução. Com presença em redes sociais e plataformas que muitos profissionais não estavam tão acostumados.

5 - Nomes celebrados da fotografia e iniciativas de alto nível para quem tem "legado" e marca podem muito bem ser explorados nesse universo. Aliás, algo que já vem ocorrendo com a Magnum, Canon Legends, Anne Geddes e outros exemplos da fotografia.

6 - É a chance para novos talentos com trabalhos robustos e que estejam dispostos a mergulhar nesse universo. Mas não tem atalho. É trabalhoso e envolve dedicação completa.

7- Existe valor de fato na oferta, na venda. A dinâmica do NFT pede valor na fotografia e quem se aprofundou e investiu percebe isso.

8 - Oferece liberdade, pois não é algo que depende de um "intermediário" seja qual for. É ter o projeto ou obra fotográfica, colocar em NFT e trabalhar para que você tenha resultado. Mas não depende de ninguém dizer "sim" para você aparecer.

9 - A fotografia tem grande potencial porque ainda engatinha entre as competências envolvidas no NFT. Minha percepção.

10 - É um mercado global e que pede atenção nas questões do idioma (inglês).

11 - Existe desafios técnicos da tecnologia que melhoraram de 2021 para cá, mas que no tempo vai evoluir ainda mais e isso vai ajudar ainda mais a popularizar o NFT.

12 - Envolveu marcas famosas e segue envolvendo. Marketing, branding e experiências estão conectadas com essa nova fase para grandes empresas mundiais que estão investindo no NFT para suas estratégias de negócios online.

13 - O mercado cripto vive um momento de baixa, mas o volume em quantidade de projetos lançados não caiu. Caiu sim o volume em $ porque cripto vive um momento de baixa histórica. Para uma parcela de colecionadores isso representa oportunidade. E para quem lança coleções é a chance de entrar com custos menores.

14 - O NFT vai bem com causas para ajudar em diferentes frentes: vimos apoio a causas nacionais (como povos nativos da Amazônia) até refugiados da Ucrânia. NFT vai bem com causas.

O principal ponto que vejo para o avanço e consolidação da fotografia NFT é para onde caminha a internet. A nova fase web3 é sobre descentralização, imersão e valor mesmo sendo digital. E isso só está começando. Se em 2021 os NFTs explodiram em iniciativas e projetos sendo vendidos, o salto que ocorreu em 2022 é do que parece ser a primeira etapa de amadurecimento de um negócio que está ainda dando os primeiros passos. No Brasil, são 5 milhões de usuários NFT entre compradores e vendedores. Ou seja, ainda um mercado com gigantesco potencial de crescimento.

Da minha parte, a colaboração com essa tendência é em levar informações, ajudar a criar uma comunidade colaborativa e avançar com novos projetos para esse segmento fascinante. Em tempo: se quiser fazer parte da comunidade NFT para Fotógrafos(as) saiba os detalhes clicando aqui: NFT para Fotógrafos(as)

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