Quando as memórias somem: Usuário processa a Apple por não recuperar fotos após roubo de iPhone
- Leo Saldanha

- 23 de abr.
- 3 min de leitura
O caso de um executivo que perdeu sua “vida digital” levanta um debate sobre segurança extrema, propriedade de dados e os limites da assistência ao usuário

Este conteúdo faz parte do ecossistema de ideias da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto
Em tempos em que toda a nossa vida (memórias, documentos, músicas, projetos) cabe dentro de um smartphone, o que acontece quando esse dispositivo é roubado e nenhuma empresa, nem mesmo a Apple, consegue ajudar?
O executivo de tecnologia Michael Mathews, de 53 anos, está processando a Apple por pelo menos US$ 5 milhões após perder o acesso a dois terabytes de dados, incluindo fotos de família, músicas, pesquisas profissionais e declarações fiscais. O motivo? Seu iPhone foi roubado por batedores de carteira em Scottsdale, Arizona, e os criminosos conseguiram redefinir sua senha e criar uma nova Chave de Recuperação: um código de 28 dígitos necessário para reaver o acesso total à conta Apple.
Mathews afirma que essa perda representou o colapso de sua empresa de consultoria, forçando o fechamento das atividades. “Essa era minha vida digital inteira, incluindo a da minha família”, declarou no processo apresentado à Corte Distrital do Norte da Califórnia.

Privacidade ou abandono digital?
A Apple tem se destacado por reforçar sua política de proteção e criptografia de dados, especialmente com recursos como o Advanced Data Protection (ADP). Mas esse caso levanta uma questão desconfortável: o que acontece quando essa segurança impede o próprio dono dos dados de acessá-los?
Segundo o advogado de Mathews, K. Jon Breyer, a Apple estaria, na prática, “mantendo dados que não lhe pertencem”, algo que, na visão da defesa, não é apenas injusto, mas também favorece os criminosos. “Mesmo com provas contundentes de que os dados são dele, a Apple se recusa a ajudar. Qual é a justificativa para reter os dados de um usuário?”, questiona Breyer.
A Apple, por sua vez, não comentou o caso específico, mas afirmou ao The Washington Post que leva muito a sério a segurança dos usuários e que lamenta os casos em que pessoas são vítimas de crimes como esse.

Entre o direito à privacidade e o direito à memória
O processo ainda está em fase inicial, mas promete gerar discussões importantes sobre propriedade de dados digitais, limites da criptografia e o papel das empresas de tecnologia em situações de emergência. Em um mundo cada vez mais dependente do digital, perder o acesso a um dispositivo pode significar perder uma vida inteira de registros ...e, por enquanto, não há solução simples.
O caso de Mathews também joga luz sobre um problema crescente: usuários que, frustrados com a falta de suporte de grandes empresas como Apple e Meta, têm recorrido ao sistema judicial para tentar reaver contas perdidas ou hackeadas. E a pergunta que fica é: quem, de fato, é o dono dos nossos dados?
🔐 Para fotógrafos e criadores que vivem do digital, esse caso é um lembrete valioso: tenha backups seguros e planos de contingência.
📸 Leia também: [IA com a sua assinatura: como Manus e ChatGPT podem transformar seu atendimento e seu conteúdo]
Este artigo integra o ecossistema de ideias da comunidade Fotograf.IA + C.E.Foto, um espaço para quem vê na imagem não só técnica, mas também linguagem, emoção e impacto.
Se esse conteúdo interessou você, talvez seja hora de fazer parte do movimento.




Comentários