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O que é consumir fotografia em 2021?

No dia mundial do consumidor essa deveria ser a pergunta que cada um que vive desse mercado deveria se fazer...especialmente nesse momento delicado que estamos vivendo





O Dia Mundial do Consumidor é celebrado em 15 de março por conta dos Estados Unidos. JFK (o lendário presidente norte-americano) abordou o assunto pela primeira vez em 15 de março de 1962 no congresso daquele país. John F Kennedy não falou: viva o consumidor e instituiu a data para que a gente fizesse uma promoção nessa data até hoje...na verdade ele abordou a questão dos direitos dos consumidores. Aqui cabe a observação chocante que esse assunto no Brasil é muito mais recente, embora o Procon existe já tem um tempo...foi algo que chegou com mais força em 2014 com o avanço do assunto no e-commerce. Ironicamente para acionar data promocional e tentar vender mais. Aliás, as instituições que protegem o cliente já alertavam tem um tempo sobre a apropriação do "15 de março" pelos motivos equivocados. Pois bem, nada de errado em dar descontos para clientes em uma data especial. Mas que tal aproveitarmos para refletirmos sobre a nova posição e comportamento de consumo nessa data. Especialmente em tempos de pandemia...


Quando Kennedy fez o discurso no Congresso americano ele abordou os quatro direitos do consumidor: de ser ouvido, à segurança, à informação e à escolha.


Chega a ser visionário, pois em 2021 esses mesmos elementos parecem tão relevantes quanto em 1962. Eu aproveito para conectar com a fotografia. Por que mesmo que alguém consome fotos em pleno século XXI?


Os 4 direitos do consumidor adaptados para a fotografia:


Ser ouvido - o direito de ser ouvido virou questão de sobrevivência na fotografia. Criar para a pessoa que você atende e sem impor "sua arte" ou seus produtos e serviços na fotografia. Lojas de foto que seguem insistindo em serviços ultrapassados e modos de servir dos anos 1990 ainda cabem nesse espaço? Fotógrafos que empurram sua arte porque são os protagonistas da história estão ouvindo e criando para as pessoas? Por que isso é tão importante em 2021? porque ouvir é se importar e tentar fazer algo pensado para aquela pessoa. Esse lado humano mesmo em tempos de tudo "online" cabe muito bem nessa nova fase da fotografia. Ou melhor: perguntar para uma pessoa (consumidor) como posso te ajudar com o que eu faço na fotografia?


Segurança - Aqui é bem fácil né? Vivemos a hora do desespero com a pandemia em quadro agudo e em seu pior patamar em uma ano. Como você me deixa seguro? vale no serviço de entrega, na hora de uma sessão (se for permitido pelas autoridades). Vale nos pequenos gestos e nos protocolos. Como você pode me deixar mais seguro? Nem vou entrar na questão da segurança financeira, pois envolve contratos e ambas as partes estão em situação de vulnerabilidade. Nesse caso o negocial e o bom senso entram em cena para ajustar o quadro. Segurança tem relação com conforto e não me expor ao risco. A pergunta aqui é: como vou me sentir seguro com seu negócio nesse quadro tão crítico que estamos vivendo?


Informação - Valem dois aspectos relevantes. Informar para que o consumidor/pessoa tenha acesso a todas as informações e que isso beneficie sua compra. Informações sobre segurança, informações sobre a experiência, informações detalhadas sobre o produto, prazo, etc. Só que entra outra faceta do informar. Que é ensinar, entreter e fazer isso com a informação. O tal do marketing de conteúdo passa por isso. Como você pode informar seus clientes? Como tornar isso mais humano, autêntico e interessante. Como mostrar que a fotografia do seu negócio pode ser útil e divertida ou especial para essa pessoa?


Escolha - O direito de escolher é algo poderoso. Eu vejo aqui as possibilidades de diversidade de produtos e serviços. De servir ao cliente naquilo que ele quer. Isso não é fácil ainda mais nesse cenário desalentador...que escolhas o cliente está fazendo nesse momento? ter segurança, sobreviver, mas não deixar de viver ou relembrar. É aqui que entra o poder da fotografia. De ajudar a reviver ou criar uma nova experiência fotográfica ou serviço encantador. Que seja uma sessão em casa, um ensaio remoto, um casamento intimista...a pessoa pode se perguntar: o que você tem para mim? por que vou me importar com fotografia agora?


Eu me coloco no lugar do cliente. Eu como consumidor quero não me expor. Mas não quer dizer que não queira algo diferente para "alegrar meu dia". Isso passa por produto para decorar minha casa ou um álbum para comemorar ou relembrar uma cena ou data especial. Minha filha foi premiada pela escola e quem teve que fotografar tudo "online" fui eu e minha esposa. Será que terei uma lembrança impressa disso. A oferta não tem que vir de mim...onde estão os profissionais e negócios pensando nessa nova fase? No Dia Mundial do Consumidor temos a obrigação de quebrar a cabeça refletindo e buscando entender o que as pessoas querem com a fotografia e o mundo da imagem. Esse ato de consumir fotografia em 2021 provavelmente tem pouca ligação com o que a gente do lado de cá da fotografia acredita ser mais importante. E no fim volto ao começo, a resposta está na pessoa que você vai servir. Ouvir é o primeiro passo do que JFK propôs lá atrás e segue como a primeira coisa a fazermos para ajudar os clientes. Você está ouvindo ou buscando ouvir?





ps - como as pessoas em geral estão consumindo fotografia? Minha lista simples...


1 - Nas telas de smartphones e computadores...

2 - Nas curtidas e passadas de dedo das redes sociais (nos smartphones)

3 - Nas lembranças automáticas de Face e afins...aquelas memórias de anos antes que reaparecem na timeline...

4 - Nos envios de apps de mensagens de amigos e parentes

5 - Nas fotos que temos em nossas casas em porta-retratos e afins

6 - Nas datas marcantes quando geramos fotos...aniversários e outros

7 - Nas publicações de memes e conteúdos que envolvem imagens simples

8 - Nas atualizações de apps de armazenamento para liberar espaço. Ou fazendo isso descarregando no PC.

9 - Em determinadas situações da família que ocorrem para ver fotos antigas impressas ou mesmo nas plataformas online.


Certamente existem outras possibilidades... o smartphone como base de tudo. Da captura de fotos e vídeos e como álbum frequente dos nossos momentos. Com a falsa ilusão de acesso fácil até que o serviço saia do ar ou mude as regras ou acabe a bateria. E a relação emocional com essas fotos é menos intensa pois não tem aquele toque, o pertencimento. É muito mais volátil.

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