Essa provocação é necessária para entendermos as necessidades reais das pessoas quando o assunto é "consumir fotografia"
O livro Isso é Marketing de Seth Godin traz a provocação em determinado ponto do texto. “Ninguém Precisa do Seu Produto!”. O que ele quer dizer é que não faz sentido dizer para as pessoas que elas precisam de uma foto no papel.
O que as pessoas querem no elemento mais simples não pode ser confundido. Uma coisa são desejos e outra é a necessidade. Precisamos de comida, um lugar para dormir, saúde. Sem isso não dá para viver no mais básico e fundamental. Curiosamente confundimos desejos com o que é necessário.
Na visão de Godin, a confusão começa nesse privilégio de ter acesso ao mais elementar. E partir daí para desejos. Algo que nesse momento de pandemia é luxo. O autor diz: “as pessoas estão intimamente conscientes de seus desejos (que consideram necessidades), mas são terríveis em inventar novas maneiras de lidar com esses desejos. Elas geralmente preferem usar uma solução familiar para satisfazer seus desejos, mesmo que não esteja funcionando muito bem. Quando chega a hora de inovar, elas ficam paralisadas”.
Entender as necessidades e os desejos é importante para quem quer servir em qualquer área. Para o marketing é ainda mais importante. As pessoas querem ficar com suas famílias e curtir momentos especiais. Contudo, cada pessoa vai querer fazer isso de uma forma muito particular. O que Godin afirma é que devemos estudar e acompanhar o comportamento dos clientes no detalhe. Entender especialmente sobre seus sonhos e medos, os estados emocionais e partir de um impacto no comportamento a partir disso.
A abordagem sobre o assunto vai além e aproximo da realidade da fotografia:
Uma pessoa não não precisa de um porta-retrato (ou qualquer outro produto impresso). Elas até podem querer, mas querer é diferente da necessidade. Daquilo que é mais básico.
A decisão pela compra do produto envolve outros fatores: a lembrança do que aquela foto remete. Um retrato de um ente querido, uma data especial. Identificar o sentimento antes de gastar tempo tentando criar um porta-retrato para aquele cliente vai fazer a diferença.
O fotógrafo ajuda uma pessoa a lembrar de algo? Ou relembrar a experiência da sessão? o produto entregue sugere o mesmo sentimento? Então, o fotógrafo do aniversário não está ali para clicar e me entregar as fotos depois…está lá para garantir que eu possa relembrar da melhor forma possível aquelas sensações.
Lidamos e vendemos emoções. O jargão está do nosso lado. Fotógrafos e negócios de fotografia em geral trabalham com a matéria-prima da memória, vaidade, auto-estima. O marketing mudou tanto nos últimos anos (aquele que dá certo de fato) pois agora envolve impacto no comportamento. A mulher que contratou a profissional para um ensaio sensual e depois ficou eufórica com o resultado. “As fotos fizeram me sentir bela de novo”. Os caminhos desse impacto deixam evidente a combinação entre serviço+produto no composto da experiência fotográfica. Como você fez eu me sentir com seu trabalho?
Ninguém precisa do seu produto, mas talvez deseje. O desafio é conseguir entender essa dinâmica. Algo que é trabalhoso e pede um envolvimento todo diferenciado do fotógrafo ou qualquer negócio de foto. De que você se importa e vai ouvir e criar para aquela pessoa com base em desejos (que podem parecer necessidades). Saber diferenciar as duas coisas e atuar dessa maneira daqui para frente vai separar os que vão se destacar da média. Em qual grupo você quer estar?
Veja também: Foto+Produto com nova turma ao vivo em novembro!
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