Adobe investe na Synthesia e aposta no futuro do vídeo gerado por IA
- Leo Saldanha
- 16 de abr.
- 3 min de leitura
A gigante criativa dá um passo estratégico rumo a uma nova era da produção audiovisual: rápida, automatizada e sem câmeras

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A Adobe acaba de fortalecer sua presença no território da inteligência artificial com um investimento estratégico na startup britânica Synthesia, conhecida por permitir a criação de vídeos realistas com avatares e dublagens em mais de 140 idiomas, tudo a partir de comandos de texto. O aporte foi feito pela divisão de capital de risco da Adobe, e os valores não foram revelados.
A movimentação reforça uma tendência clara: o vídeo gerado por IA não é apenas um experimento técnico. É uma aposta comercial de peso, especialmente para empresas que precisam comunicar com agilidade e escala.
A plataforma da Synthesia oferece avatares prontos, mais de 230, segundo o site, mas também permite criar versões personalizadas com base em pessoas reais. Esses vídeos são usados para treinamentos, apresentações, campanhas internas e comunicação empresarial. Atualmente, a empresa afirma que mais de 70% das companhias listadas na Fortune 100 utilizam suas soluções.

Victor Riparbelli, CEO da Synthesia, foi direto: “Estamos construindo a principal plataforma de vídeo com IA para empresas. O investimento da Adobe valida essa direção.” A meta é democratizar a criação de vídeos de qualidade e tornar a comunicação corporativa mais eficiente.
Esse movimento se soma a outras iniciativas da Adobe no universo da IA generativa. Em anos recentes, a empresa tentou adquirir o Figma por US$ 20 bilhões (transação cancelada por questões regulatórias) e investiu em startups como VidMob e Captions. Agora, com a Synthesia, a aposta é clara: integrar ou dialogar com ferramentas de geração de vídeo nativa por IA, talvez até dentro do ecossistema do Adobe Premiere ou do Firefly.
Mesmo com crescimento acelerado, a Synthesia ultrapassou US$ 100 milhões em receita anual recorrente, a startup ainda não é lucrativa. Em 2023, teve prejuízo de £25,2 milhões. Mas o mercado parece menos interessado em lucros imediatos e mais em tração real e relevância futura. A empresa foi avaliada em US$ 2,1 bilhões em janeiro deste ano.
A concorrência é acirrada. Soluções como Colossyan, Veed.io, Filmora e até o Sora, da OpenAI, disputam o mesmo território. E a batalha agora não é só técnica, mas também narrativa: quem definirá o padrão de qualidade e usabilidade para o novo audiovisual criado sem câmeras?
O que essa jogada da Adobe pode significar?
Se antes o foco da Adobe era oferecer ferramentas para quem já tinha domínio técnico sobre design, vídeo e fotografia, agora parece que a empresa quer conquistar também quem nunca gravou uma cena ou editou um vídeo tradicional. Em outras palavras, a Adobe está pavimentando o caminho para que o futuro da criação audiovisual não dependa mais de produção física.
Esse investimento pode indicar uma futura integração nativa do texto-para-vídeo nas soluções Adobe, ou até uma nova linha de produtos voltada para criadores corporativos e educadores. Pode também reforçar uma mudança de paradigma mais ampla: menos sobre lentes, câmeras e locações, mais sobre narrativa, intenção e automação.
A pergunta que fica é: onde os criadores humanos, fotógrafos, cinegrafistas, diretores, produtores, se encaixam nesse novo cenário? A resposta ainda não está clara. Mas uma coisa é certa. O futuro do vídeo não será mais o mesmo.
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